27 de jul. de 2006

DASPU II - fiquei pensando

Cassandra,
Fiquei pensando...

que esse negócio de classe, para as putas, é bem importante. Delas se organizarem, batalharem pelos seus direitos de mulheres trabalhadoras, das condições de saúde, que é preciso cuidar, filhos, família, etc.

Penso no papel da gueixa, no japão, que, por séculos, representou a nobreza de servir ao homem - principalemtne de castas superiores - e mexeu muito com o imaginário ocidental, quando aprendemos a admirar a cultura japonesa. Eram mulheres cultas que desenvolveram a arte do sexo a níveis requintados...
Mas pensei, também - quando você fala de sujeito desejante na condição da mulher que é levada para fora do país para se prostituir, por exemplo - naquela garota que é oferecida pelo próprio pai para turismo sexual. Nas situações onde a exclusão tirou tudo das pessoas e as mulheres são obrigadas a se prostituirem E, de que, na maioria dos casos, elas não estão nessa categoria porque querem, mas por necessidades de um país que trata mal a seus próprios filhos, canibalizando-os.
Me lembro do figurino rídiculo que os pais classe média colocam em seus filhos, principalmente os homens, de terninho, para que se pareçam adultos. E me questiono, se dentro dessa sociedade capitalista, o fio que separa uma posição radical de enfrentamento da ordem social, não é ele, ainda, controlado por uma ideologia machista. Quero dizer: a mulher conquistando espaços, mas agindo de maneira semelhante ao macho adulto branco. E, afirmando o poder do phalus, mesmo que a causa seja justíssima. Mais precisamente: de que o outro lado da moeda é a moeda, ainda.

Espero sua resposta.
Um beijo
Rubens

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