30 de set. de 2006

é freud, rapaziada!

21 de set. de 2006

entrevista do augusto de campos

Entrevista do AUGUSTO DE CAMPOS para o MARCOS AUGUSTO GONÇALVES, da F.S.P.

O q me incomoda nessa entrevista, da qual eu separei uma parte, é essa visão darwiniana de evolução da arte, principalmente essa idéia de q a tecnologia trouxe inovação da experiência estética e q ela pode ser uma espécie de redendora da humanidade. Isso por um lado.
Por outro lado, é esse discurso politicamente correto contra a exploração humana, q a humanidade precisa evoluir, etc. Como se as duas coisas fossem separadas.
Ora, o controle da tecnologia não está nas mãos dos pobres, em primeiro lugar. Depois q, toda a mudança, de fato, de apreciação e produção da arte aconteceu antes do advento do computador e dos aparelhos eletrônicos. O próprio silêncio preconizado pelo Cage, na música, inclusive.

O problema é q eu sou paranóico e sempre acho q o Bill Gates está por trás disso tudo, dando risadas por esse novo deus adorado chamado computador, q vai nos trazer - a todos sem exceção - a justiça e a felicidade via internet... Vai faltar silício no mercado...

O q vcs acham?




FOLHA - Pode-se dizer hoje que a previsão de que novos meios tecnológicos transformariam a poesia e a arte se concretizou em escala considerável. Música eletrônica, videoarte, trabalhos feitos em computador, uso da palavra em plataformas outras que não o papel, tudo isso se tornou quase "natural" para as novas gerações. Como você assiste a essas transformações? 
CAMPOS - Agrada-me pensar que a poesia concreta antecipou essas expansões interdisciplinares das artes. Como viu bem McLuhan, hoje tão injustamente desprestigiado, "the medium is the mass-age". Os novos artefatos agilizados para o consumo são portadores de informações transformadoras -ver a revolução do "sampler" nos processos de montagem sonora- e podem contribuir para alargar o horizonte da sensibilidade e subverter as regras do jogo. Cabe aos artistas arrancar, prometeicamente, o "fogo" da tecnologia de ponta dos veículos-gigantes da comunicação de massa, e desviá-lo para projetos menos imediatistas e mercadológicos, como pregava Timothy Leary em "Caos e Cibernética". 
Cada vez mais acessível ao nível doméstico, a tecnologia dá uma grande ajuda aos projetos pessoais e independentes e alimenta uma comunicação sem precedentes entre "guetos" poéticos.
FOLHA - Qual é o lugar da poesia no mundo atual? Ela continuará a ser praticada de diversas maneiras, das tradicionais às experimentais? Migrará para outras manifestações? Ou tudo isso ao mesmo tempo? 
CAMPOS - Acho que sempre haverá "um pequeno segmento da raça" (expressão de Pound) para responder ao desígnio mallarmaico de "dar um sentido mais puro às palavras da tribo". Mas a massificação cultural é um fato iniludível da "overpopulation", do baixo nível de escolaridade, da exaustão mental provocada pelos trabalhos forçados do ganha-pão acachapante. A poesia, se não resolve, consola o ser humano da sua miserabilidade, da sua incognoscência, das precariedades do seu "design" imperfeito. Dá-lhe, quem sabe, a ilusão de estar um pouco acima. E o seu desvalor econômico, o seu fracasso antipopulista, num mundo obcecado pelo lucro e pelo sucesso, lhe conferem uma força ética ímpar. Os livros estão de pé na estante. Muito pouco na TV, é verdade, mas cada vez mais nos desvãos e desvios da internet, que embute uma verdadeira revolução cultural nas suas reservas "interguêticas" e nos seus reservatórios enciclopédicos. Quem quiser buscar mais e melhor, que vá atrás.
FOLHA - O Brasil e o mundo em que vivemos é uma decepção para quem sonhou com um futuro de transformações? Há aspectos positivos a ressaltar na cena contemporânea? 
CAMPOS - Assistimos no século 20, depois de duas guerras deploráveis, ideologias transtornadas pelo totalitarismo e superbombas ameaçadoras, à queda das utopias, e começamos o 21 sob o signo de fanatismos, barbaridades bélicas, bombas-suicidas, egoísmo globalizado e desigualdade social.
A tecnologia chegou a ser uma esperança para otimistas-natos como Buckminster Fuller e John Cage, cujo anarquismo tecno-zen rimava com o bárbaro tecnizado de Oswald. Estamos longe de chegar perto desses formosos ideais. Mas olhamos para os olhos de uma criança e temos de acreditar que um dia (que não verão os septuagenários como eu) a "humanimaldade" será mais sensível e menos insensata.
Quem sabe se a tecnologia, multiplicando o acesso à informação e aos recursos materiais, não pode dar uma boa mão a um maior solidarismo social, se os gigaglutões econômicos do Primeiro Mundo não continuarem a querer tudo só para eles.
Mesmo porque, se não tomarem juízo, o bumerangue da pobreza ainda poderá recair sobre as suas cabeças.



14 de set. de 2006

xerox é resistência!

Fabiano Alves Paes e Henrique Xavier são dois bródis aqui de Londrina que fazem uns trampos muito manêro em xerox.
O primeiro escreve contos. O outro faz tipo um zine de humor.
A linguagem tosca combina com o formato em xerox. O Fabiano ainda faz umas colagens, escreve à maquina e usa os erros gramaticais como estilo. O Henrique nem. São desenhos toscos e frases infames que, por isso mesmo, divertem. Tem quem se irrite, também. Quem é mais politicamente incorreto dos dois é dificil de dizer. Mas nada como se divertir às custas de quem se fóde!
O Fabiano já fez dois. O Henrique já tem uns cinco.
Quem quiser comprar dá um toque q eu faço um corre atrás deles. O Fabiano vende seus livrinhos de contos por R 2,50. O do Henrique é R 1,00.

De A ARTE DE MATAR, do Fabiano:

No bar

- Nossa, como você é linda!
- São seus olhos.
- Que nada... Tou bêbado mesmo!

De A BUFA, do Henrique:

Quer dar um nome a seu filho mas não consegue escolher? Não esquente sua crica que a gente dá a letra.
1 - Dou um Peido 1º (nome de antigo imperador brasileiro)
2 - Dai-lhe Lama (líder espiritual indiano, bom nome para brasileiro)
3 - Infiel(?) Castro(!) (ditador cubano)
4 - Elvis Prestes (músico e compositor de rock político)
5 - Mau Bucetung (ex ditador japonês)
6 - Bart Simpson (guerrilheiro da FARC)
7 - Luiz Inácio (ex Lula da Silva)
8 - Zica (a galinha de Quintino)

Claro que tudo isso fica muito melhor escrito à mão, mas o que eu posso fazer se o meio não dá conta da linguagem?

angeli é um gênio



http://www2.uol.com.br/angeli/

13 de set. de 2006

nem tudo está perdido



Quem se lembra daquele ditador filipino, o Ferndinando Marcos? Isso, esse mesmo, o marido da Imelda, que tinha uma imensa coleção de sapatos. Bom, ele foi deposto em 86. Se manteve e foi tirado do poder graças aos E.U.A. - q, como sempre, cria monstros e depois justifica invasões em nome da democarcia. Depois disso sumiu, desapareceu, morreu.
20 anos depois, quem diria, as netas do cara fazendo política, mas dessa vez a BOA política. Não saberia dizer a ideologia delas, mas, como se vê pela foto, ninguémn ousaria perguntar. dá para ver q elas estão MAIS do que certinhas!

no flagra



uma imagem q faz jus ao nosso imperador

12 de set. de 2006

renée gumiel



Com uma entrevista ainda inédita, gravada em duas fitas cassetes, a bailarina, coreógrafa, atriz e mulher de cultura Renée Gumiel me recebeu uma tarde em seu apartamento, em 2001, para uma conversa.

Bebemos uma garrafa de uísque inteira, juntos. Fumava um cigarro após o outro e gesticulava largo.

Ela me falou de sua vida na França; de Mussolini, que patrocinava as artes, na Itália; da fuga dela e do marido do nazismo; do jantar que teve com Artaud; da música do compositor Stockhausen; de sua primeira apresentação no Brasil; da sua amizade com Klaus Vianna. E estava feliz com o novo espaço de dança que havia conseguido para dar aulas.

Esquecemos da entrevista e começamos a conversar de amor. Ela estava bem alegre e eu tentando me segurar.

Ganhei uma foto. E me fui, sob o olhar de Artaud, que me esperava dentro de um quadro, no corredor de seu apartamento.

Agora ela se foi, aos 92 anos. E atuou até o último momento, ao lado de José Celso, do Oficina

Me espere lá em cima, Renée. Iremos beber outra garrafa juntos e falar de amor, para sempre.

6 de set. de 2006

DIA DO BARBEIRO



BARBERIA É O MELHOR LOCAL PARA DISCUTIR SOBRE FUTEBOL, FALAR DE MULHER E METER A LÍNGUA NOS POLÍTICOS.

ALÉM DE CORTAR O CABELO E FAZER A BARBA, CLARO.

SALVE OS BARBEIROS!

reprodução da foto: folha de londrina

5 de set. de 2006

LONDRINA PROGRESSISTA

(complicado, meu véio!)

Encarte veiculado recentemente em jornal da cidade, com os seguintes dizeres:
A prefeitura constrói nosso futuro!





Lei de Incentivo Cultural

Sobre o edital que acabou de sair de patrocínio cultural promovido pela secretaria de cultura, penso da seguinte forma:
A secretaria deveria assumir que tem interesses estratégicos em certos projetos e bancá-los, porque colocam um valor x em jogo, mas parte deste dinheiro tem ido, desde os primeiros editais, para os mesmo projetos.
Isso faz parecer engodo para quem não recebe o incentivo. E, para quem continua recebendo, é até um desrespeito, porque corre riscos de não ter seu projeto aprovado, em todo caso. Assim, não podem pensar a longo prazo suas estratégias. Tendo de re-escrever, mais ou menos, o mesmo texto toda vez, fazendo suas previsões orçamentárias para o tempo em que o projeto estiver sendo patrocinado, que é um período sazonal. E não como parte de uma política de investimento sólido, estruturada.
Outra coisa. A secretaria deveria chamar os autores dos projetos não aprovados – pelo menos os que considerassem mais importantes para a política deles – e criar parcerias de instrumentalização e apoio para encontrar meios de executá-los, seja em sua forma total, parcial, ou adequada à realidade contextual. Devolver, simplesmente, o projeto, só com o parecer da Comissão de Análises de Projetos gera um clima de disputa e um sentimento de exclusão que não deveria existir em se tratando da área de cultura.
Quanto ao resultado prático dos projetos chamados de “cultura popular”, me assusta quando eu vou ao teatro e sou obrigado a ouvir na fila de entrada um rapper oficial cantando, desafiador, ao microfone que “com a nokia não tem patifaria”. Ou que a moral de um livro patrocinado pela lei municipal, contando as experiências de vida de um garoto que viveu na periferia e foi salvo pelo hip-hop e pelos projetos sociais do pt, é de que agora ele passou a “ver o mundo sem muito preconceito contra a elite”, que “se eles tinham era porque lutaram”. Humpft!

3 de set. de 2006

SAIBA MAIS SOBRE COLETIVOS...

Diz que a CASA TRIÂNGULO, que é uma gleria moderninha de são paulo está expondo um coletivo estranja, acho q dos eua. E como foi comentado em um blog, eu deixei minha resposta lá (http://zonabranca.blog.uol.com.br/) e vai ela aqui, também


SAIBA MAIS SOBRE COLETIVOS...
(Notas sobre o coletivismo artístico no Brasil - Ricardo Rosas
http://p.php.uol.com.br/tropico/textos/2578,1.shl)

...para não confundir mercado de arte, com atitude ideológica. conformismo com estratégias. habilidade técnica com arte.O fato de uma galeria comercial se utilizar do nome "coletivos" para mostrar uma exposição de desenhos e pinturas (?) não quer dizer que é isso o que vem potencializando as discussões e transformando o cenário artístico, que ganha caráter de ação política, mais do que apresentação pública de "belos desenhos".Claro q se pode usar o nome que quiser para vender um produto - até colocar o che guevara na estampa da camiseta e vendê-la como algo fashion - mas o fato desses coletivos serem auto-geridos e não necessitar mais das figuras parternalistas tradicionais do circuito de arte, muda, inclusive, a maneira de se pensar a arte.