29 de ago. de 2008

e essa vai pra todos os meus fãs. amo vocês, galéra, uhuuuuu!


Caetano, o Rei e o show de naftalina

Mais preocupados em lustrar prestígio de Tom Jobim do que em ousar e suplantar-se, totens da MPB fazem noite tediosa

Crítica Jotabê Medeiros


trechos:

Naftalínico, o concerto cedeu à nostalgia, à vontade de que o tempo fique congelado, que as coisas sejam imutáveis e polidas ad infinitum.

Foi como num jogral escolar em homenagem ao Duque de Caxias ou coisa parecida, em que as qualidades do homenageado são discorridas de forma artificial, mal ensaiada. Um lustro tedioso num monolito de ouro.

A bossa de Caetano e Roberto, ao menos nesse show, está doente e chamaram dois totens da MPB para fazer a necrópsia.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080827/not_imp231284,0.php

28 de ago. de 2008

Entrevista (CQC) espontânea e descontraída

http://www.youtube.com/watch?v=pReQFQA1C24

com o deputado Sandro Mabel

26 de ago. de 2008

A CHINA, PELO SIMÃO

...dizem que a China pirateia. Que nada, isso é compensação de royalties! A China inventou o macarrão, mas é a Itália quem leva a fama. A China inventou a pólvora, mas quem usa e abusa são os Estados Unidos! A China inventou a seda, mas é em Paris que o pessoal faz vestido. Ou seja, por mais que eles pirateiem, eles ainda estão no prejuízo. Isso sem falar no pastel de feira! Rarará!

E a melhor piada pronta das Olimpíadas foi o cavalo pego no doping: o Chupa Chups!

http://noticias.uol.com.br/monkeynews/ultnot/2008/08/25/ult2529u407.jhtm

ACHEI!


Foto: Rogério Reis

Achei o bronze em molde da fotografia mãe, do pai, modelador da filha, que toca minhas mãos e as tornam delicadas, como a moldar palavras que se tornarão bronze, na lápide fugaz de uma imagem passageira.


[CONTRA TORTURA] ato em frente ao antigo DOI-CODI da rua Tutóia/SP

"(…) A sociedade e o poder público silenciam sobre os DOI-CODIs que continuam existindo diariamente na maior parte das delegacias do Brasil. A tortura e execução sumária continuam fazendo parte da política policial, sendo lamentavelmente uma prática cotidiana.

Entendemos que a impunidade de ontem reproduz a impunidade dos agentes do Estado hoje, ou seja, é ela que permite que a tortura se reproduza nos dias atuais. Se não há punição para o Coronel Brilhante Ustra, para Aldir Maciel, para Carlos Metralha e tantos outros sádicos torturadores, não haverá justiça para os mortos do Carandiru, para os massacrados da Candelária, nem para as centenas de vítimas assassinadas em maio de 2006, pela sede de sangue da polícia paulista contra o PCC.

Somos todos aqueles que acreditam que nunca será possível atingir uma verdadeira democracia para todas e todos, sem que haja o fim da tortura e da impunidade com os crimes dos agentes de Estado ontem e hoje! (…)"

Trecho do "Manifesto das novas gerações pela Verdade, Memória e Justiça", leia o texto na íntegra publicado no CMI por MOVIMENTO DOI-CODI NUNCA MAIS:


http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/08/427039.shtml





21 de ago. de 2008

pássaros de fogo, Stravinsky

http://www.youtube.com/watch?v=5tGA6bpscj8

20 de ago. de 2008

Hay malas que van para Belém



20/08/2008 - 15h36

Casal perde vôo acidentado por apenas três minutos

17 de ago. de 2008

De ficar cabrêro!

Militares saíram da reunião e foram xingados por estudantes de TORTURADORES. Retribuitram xingando os estudantes de COMUNISTAS. Para o jornal O GLOBO, esse foi um desafeto fora de tempo.
Sinceramente, eu visto uma camiseta escrito COMUNISMO no peito. Quero ver alguém sair por aí com a mesma camiseta escrito TORTURADOR.

Assistindo, um dia desse, o Jornal Nacional falando da barriga do Ronaldão Traveco, a reportagem mostrou-o coçando o nariz com um subtítulo pra lá de insinuoso, dizendo, do nada e para o nada, que Ronaldo andava levando muito o dedo no nariz, ultimamente.

E as empresas de ônibus do Rio de Janeiro não permitiram que os estudantes e os aposentados se locomovessem sem pagar passagem e que estes deveriam esperar até que o sistema de cartão viesse a operar normalmente. É mole!

15 de ago. de 2008

favela tem cara!

Morro da Providência, Rio de Janeiro, agosto 2008

viva o mosquito, morte ao vírus!

o mosquito da malária é maior defensor da amazônia, canta lá o cara. Cá pra nós (até porque eu fiz o melô da Dengue) acho que deveríamos tratar do Mosquito da Dengue curando ele do vírus que o ataca. Isto é, o mosquiuto não nasce com o vírus. ele o adquire. e adquire isso em algum lugar ou com alguma coisa. então, para ajudar a combater a doença no humano, podia-se combater algo no ambiente onde o mosquito se contamina, assim como outros bichos.

11 de ago. de 2008

ANISTIA E OS CRIMES DE LESA HUMANIDADE

A discussão sobre a revisão da Lei da Anistia de 1979 é falsa e serve para desviar a atenção do real assunto que entrou em pauta após as famílias Telles e Merlino, bem como o Ministério Público Federal moverem ação cível contra o Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra e outros responsáveis pela tortura e desaparecimento forçado no DOI-CODI de São Paulo, trazendo à tona os conceitos que estão em jogo e que definirão os rumos da construção do estado democrático de direito no Brasil e o desenvolvimento da cultura do Nunca Mais em nossa sociedade.

A ONU e a Corte Interamericana de Direitos Humanos através de estudos na área da Justiça Transicional definem quatro conceitos fundamentais para avaliação da transição de um regime ditatorial para um democrático, visando que a cultura do Nunca Mais se instale na sociedade. O direito a verdade, a não impunidade, a reparação e a mudança das estruturas, conceitos e atuação dos organismos de segurança pública, são os pilares que garantem esta transição e devem ser desenvolvidos, simultaneamente, como condição para garantir a cultura do Nunca Mais.

O Procurador Regional da República do Ministério Público Federal Marlon Alberto Weichter em palestra proferida em dezembro passado, aponta que o Estado brasileiro está inadimplente em três das exigências da ONU, exacerbando a reparação como forma de escamotear a não abertura dos arquivos, a impunidade aos crimes de lesa humanidade e a manutenção de estruturas, conceitos e forma de atuar dos organismos de segurança pública.

O Brasil é signatário de tratados internacionais que desenvolveram o conceito normativo dos crimes de lesa humanidade, tais como a Convenção de Haia, ratificada em 02 de janeiro de 1914 e o Estatuto do Tribunal de Nuremberg ratificado em 21 de setembro de 1945 por ocasião da entrada do Brasil na ONU, onde no artigo 6c são qualificados como crime dessa qualidade os atos desumanos cometidos contra a população civil, a perseguição por motivos políticos, o homicídio, o extermínio e a deportação, dentre outros. Dessa forma, o Brasil tem integrado ao seu sistema jurídico o conceito de crime contra a humanidade, o que obriga os estados membros da ONU a promover a punição de torturadores, como o Cel. Ustra bem antes do golpe de 1964.

O Estatuto de Roma ratificado pelo Brasil em 24 de setembro de 2002, em seu artigo 7 classifica a tortura como crime contra a humanidade e portanto, não possue cobertura jurídica da Lei da Anistia, definição adotada também pela Convenção Interamericana de Direitos Humanos, cuja jurisdição é reconhecida pelo Estado brasileiro.

As graves violações aos direitos humanos que aconteceram durante o período da ditadura militar foram reconhecidas oficialmente pelo Estado brasileiro através do livro Direito à Memória e à Verdade publicado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, o que leva a justiça em nosso país, pela devida obediência aos tratados e acordos internacionais ratificados, apurar e punir os autores de tais fatos.

Os Ministros Tarso Genro e Paulo Vannuchi realizaram em Brasília a Audiência Pública "Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante Estado de Exceção no Brasil", onde não se discutiu a revisão da Lei da Anistia, mas sim a distorção imposta aos brasileiros de que tortura é crime passível de anistia. Tortura não é crime político, nem tampouco comum e sim crime contra a humanidade, portanto imprescritível.

Quando perguntado ao presidente do Clube Militar, General Gilberto Barbosa Figueiredo, em entrevista publicada no sitio da instituição, se este é o momento de retomar esta discussão; ele argumenta "Não, acho que não. Pois o caminho que estávamos seguindo era de convergência, de harmonização. Esse foi o sentido da Lei de Anistia."

Teotônio Vilela que presidiu os trabalhos para a criação desta lei, deixou publicado em livro para a história através do Senado Federal, "um roteiro de como as coisas aconteceram" do começo ao final e é nítido que a legislação foi imposta através de mecanismos de controle parlamentar, como o esvaziamento das sessões em que propostas de alterações trazidas pelos membros do MDB foram sistematicamente rejeitadas e não discutidas. Através da maioria parlamentar, a ARENA votou o que os militares queriam para realizar a distenção e saírem impunes dos crimes que cometeram no período. "Ficou exclusivamente a proposta oficial" diz o Senador no prefácio do livro.

Das 306 emendas ao projeto de lei, o MDB apresentou 210, ou seja 68,63% e somente 19,52% foram aprovadas, sendo que a sua maioria em parte e conforme o texto do relator, o que reduz para muito pouco as alterações na proposta enviada pelo Gen. Figueiredo produzidas no difundido "diálogo" com a sociedade e a oposição, a despeito de todo o movimento pela Anistia – Ampla, Geral e Irrestrita. A charge publicada à época por Luiz Gê, diz o mesmo, mas mesmo assim não se trata de rever a Lei 6683 / 79.

A falsa discussão da revisão da Lei da Anistia encobre a questão central, que é o desrespeito pelo Estado brasileiro da legislação internacional à qual estamos todos submetidos, que classifica a tortura como crime contra a humanidade, perpetuando o sentimento de impunidade, que é o esteio desta tão nefasta prática presente hoje em todos os estados brasileiros, conforme apontam relatórios da Justiça Global e Anistia Internacional publicados recentemente sobre a tortura e violações dos direitos humanos no Brasil.

A democracia brasileira não pode prescindir da abertura dos arquivos para exercer o direito a verdade, da localização dos desaparecidos políticos para afirmar a cidadania, da apuração e julgamento das violações aos direitos humanos para inibir a cultura e pratica da tortura e da revisão da política de segurança pública para efetivamente consolidar o estado democrático de direito, que respeite a todos os cidadãos e em todo o território nacional. Estes são nossos desafios como nação para termos um Nunca Mais.


A paz é fruto da justiça e não do esquecimento!

Marcelo Zelic
Diretor do Grupo Tortura Nunca Mais–SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

9 de ago. de 2008

show de rock

COLOCA NO PILOTO AUTOMATICO.
TODO MUNDO VAI FICAR DEPRÊ!

Ontem, no CEPensamento - Zarvos, Pires, Andrade, Tantão, Osvaldinho ET, Áspasia Camargo, indefectíveis punks de todas as vernissagens e cia (i)limitada - essa foi a fala do backing vocal antes da apresentação do repertório da banda (não sei o nome dele nem da banda, mas mandaram muito bem).

8 de ago. de 2008

Norte do Paraná urgente!



MANIFESTAÇÃO ANTI-USINA MAUÁ, EM DEFESA DO RIO TIBAGI!

MOVIMENTO SALVE O RIO TIBAGI!

NÃO À USINA MAUÁ, A FAVOR DA VIDA!

Sábado, dia 09 de agosto:

Às 8h30 – Protesto em frente a COPEL (Rua Chile, n. 10 – Vila Brasil)

Às 10h30 – Ato Público de apoio a índios e ribeirinhos atingidos pela barragem de Mauá.

Local: Calçadão de Londrina, em frente ao Banco do Brasil.

A partir das 14h – debate com ribeirinhos, no galpão do DCE (Diretório Central dos Estudantes da UEL – esquinas com ruas Piauí e Hugo Cabral).

Com a presença de ribeirinhos das cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira e índios da Terra Indígena do Apucaraninha.

E mais : Rádio-Poste e Grupo de Percussão Lata.

7 de ago. de 2008

Arte com Justiça social e ambiental




Arte com Justiça social e ambiental

Por Rubens Pileggi

Segundo o artista alemão Joseph Beyus, que foi um inspirador para a criação do Partido Verde Alemão, “toda pessoa é artista”. Ele não quis dizer, com isso, que todo mundo tem talento para se tornar pintor, escultor ou desenhista, mas que todos são uma forma especial de artista naquilo que faz, se relacionarmos nosso fazer com o contexto onde esse fazer se aplica, com consciência política e ideológica clara no sentido de unir as preocupações sociais e ecológicas na ação de cada um.

Quando Beyus afirma que La rivoluzione siamo noi, fica muito claro que a questão é a de sairmos de uma cultura de economia e entrar em uma economia de cultura, de fluxos e relações de processos, não mais obreira, não mais de progresso industrial ou tecnológico, não mais do lucro e da exploração da mais-valia, mas da divisão, da solidariedade, das trocas justas, claras e transparentes.

Essa idéia de progresso aliada ao consumo, como se isso fizesse parte dos direitos democráticos e nossa liberdade dependesse desse tipo de um fluxo de pessoas, informações e mercadorias correndo pelo planeta, têm jogado para baixo do tapete uma discussão muito maior e nos coloca em cheque quanto não só em relação à distribuição da riqueza que o progresso produz, mas sobre o que fazer a respeito da natureza que vem se exaurindo, na medida em que será impossível dar a todos os 6 ou 7 bilhões de habitantes do planeta, água encanada, luz, asfalto, energia elétrica, computadores, ou – como pregam os apologistas da tecnologia, principalmente através dos meios de comunicação – o acesso a cirurgias plásticas e outras, como as feitas com células-tronco, e outras mais, que a ciência vem desenvolvendo.

É importante que a gente entenda que a ciência não se pensa. Que ela é funcional para servir a sociedade e que depende de recursos caríssimos para o desenvolvimento de pesquisas. E hoje, quem patrocina essas pesquisas é o mercado – regido por suas leis perversas – ou o Estado capitalista, que, em resumo, defende os interesses da propriedade privada.

Nesse sentido, os intelectuais e artistas podem contribuir, através do campo da Cultura, desconstruindo a lógica racional do desenvolvimento linear e controlado da sociedade, porque entendem que o controle da significação é o controle sobre o uso da mercadoria. Usar uma calça de marca x ou y, por exemplo, aparenta, para um determinado grupo, uma relação de poderio, de força, seja essa associada à juventude, à virilidade, ou mesmo, no caso de nossa sociedade capitalista, ao poder econômico enquanto poder absoluto. No fundo, como desvendou Marx, o valor da mercadoria é o seu fetiche.

Mas o que é a cultura? Cultura é tudo o que não é "natureza", tudo o que se artificializa através do humano, inclusive o olhar. O que os agentes culturais podem fazer é criar meios de enfrentamento à banalização consumista inventada como necessidade social.

Sobre esse tipo de limite, aliás, é importante ter em mente que a ideologia do progresso tecnológico não possui nenhum senso de tempo além da imediaticidade das leis de oferta e procura. Ela "naturaliza" o empobrecimento da informação e da comunicação como agentes transformadores, colocando-se como voz única no discurso das heterogeneidades. Estabelecer relações entre texto e imagem nesse território é também criar limites ao discurso hegemônico da mercadoria como fetiche consumista. É opor-se a ele de maneira a ressignificá-lo. Ou seja, desconstruir o modelo que considera natural que o determinismo obrigue uma pessoa a ter um emprego de apertador de parafusos como se isso fosse uma dádiva dos céus. Muitas vezes esse parafuso apertado será para ajustar uma bomba que irá matar os próprios irmãos. Será a construção de instrumentos de tortura de escravos, para escravos.

Em um país como o Brasil, não é mais possível pensar politicamente sem levar em consideração a nossa questão de identidade e nossa idéia de pátria, como exemplo para o mundo. Não há mais como falar em ambientalismo sem tocar na questão da justiça social. E não dá mais para ser de esquerda sem lutar pela causa do movimento em defesa do ambiente.

Em âmbito federal, sem Reforma Agrária e Urbana e sem a Legalização das drogas, estamos condenados ao neoliberalismo mais deslavado de ações pontuais cujo interesse é o de dar uma capa de verniz à miséria, à ignorância e à violência que grassa o país há tempos.

Recentemente fui à Amazônia e lá as pessoas me perguntavam se o Rio de Janeiro era, de fato, como mostrava a TV, ou seja, violento. Eu respondia que a percepção que eles tinham do Rio não estava totalmente errada, assim como as pessoas do Rio vêem as notícias sobre a Amazônia sempre falando de queimadas, toreiros, garimpo, devastação. E elas também não estão totalmente erradas. Mas o que é preciso entender é que a devastação da Amazônia está em relação direta com a violência do Rio de Janeiro (e São Paulo, Belo Horizonte, Manaus, etc.). E que a idéia de progresso se ajustou à idéia de emprego e todo mundo está se matando por um serviço qualquer, mecanicamente realizado, sem preocupação nenhuma com as próximas gerações.

Precisamos entender que o Brasil ainda é muito rico em terras agricultáveis e em recursos naturais, mas que isso está ficando cada vez mais nas mãos de menos pessoas e de empresas de capital transnacional e os recursos naturais – como a água potável – não são recursos infinitos. Estamos mergulhados em uma concentração de riquezas que é das mais injustas do planeta. 5 mil famílias são donas do patrimônio de 45% da riqueza nacional.

O país, que tinha 50 milhões de habitantes, em 1950 – sendo que 70% da população viviam no campo – hoje tem mais de 190 milhões de habitantes e 90% da população vive nas cidades.

Dos 48 milhões de terras agricultáveis, 40 milhões estão sendo plantados com soja. Esta soja serve, em sua grandíssima maior parte, para exportação. E ela se torna ração para animais que serão abatidos para alimentação na Ásia e na Europa, principalmente.

É preciso pensar urgentemente em formas de diversificar a produção de alimentos no Brasil e na América Latina. Escapar da noção neocolonialista de impor aos países dependentes o emprego de mão-de-obra barata, extrativismo e monocultura. Quer dizer, nossa independência deverá ser através do desenvolvimento da pluricultura orgânica, não só na questão agrícola, mas nas consciências que estão poluídas com o agrotóxico da estreiteza de visão e do preconceito contra o que é nativo, contra o que é nosso, contra o que inventamos, seja por necessidade, seja por puro luxo e deleite.

E aqui entra a parte, também, de nossa pungente natureza, da nossa fartura. Da imensa cordialidade de nossa gente e da extrema fertilidade do nosso solo, em uma imensa área de uma das regiões mais belas do planeta. Isso quer dizer: das possibilidades de tornar o turismo como uma das pontes de geração de recursos e distribuição de riquezas com justiça.

Justiça com equilíbrio e uso de energias sem desperdício, como nos fala o Hexagrama 26, do I-Ching, que assim define a graciosidade e a beleza. Beleza que nos faz a todos amar a vida. Vida que é composta da relação entre cultura e natureza. Que se torna intensa nas palavras do poeta, nas ações do artista. Cada um de nós somos artistas. La rivoluzione siamo noi. A causa ambiental e a causa social fazem parte de uma única e solidária luta. Cabe-nos lutar!

6 de ago. de 2008

cinema nacional



Estava pensando ontem que os filmes nacionais estão muito mais presentes em nossa vida hoje do que há dez anos atrás, mas o modelo é aquele roliudiano de um chiaro escuro que nada tem a ver com a luz dos trópicos, a câmera fixa, como se nunca tivesse alguém manipulando-a atrás da cena. E, porra, já disse O cara: "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça". É preciso estruturar linguagens, criar uma visão de mundo a partir de nós mesmos. Não esse tipo de antropofagização de butique, até porque eu penso que está na hora de enfrentarmos o processo cultural não mais como eles em relação a nós, mas como um posicionamento político cultural originários dos trópicos, desde todos os estupros e influências estrangeiras até nosso ardende desejo iluminado por esse sol tropical, cuja influência está toda no início da arte moderna, como se pode ver no inaugural "almoço na relva", de 1863. Foi nossa luz tropical que fez a pintura de Manet revolucionar toda a arte representativa até então.
O que eu quero dizer com isso? que glauber sacou que o cinema tinha se tornado apenas literatura em filme, e que era preciso parar de representar (dá-lhe oiticica) para se fazer presente na dimensão política das nossas ações. Não para fazer cinema, mas para, a partir do cinema, compreender e interagir nos processos de manipulação cultural.

1 de ago. de 2008

santander chavez e a direita no brasil

pensar não mata:
Já disse em outro artigo, lá atrás, as relações do Santander e a direita na América Latina, quando, nas últimas eleições presidenciais no Brasil, disputavam o Alckmin e o Lula.
À época, o artigo tratava da censura feita pela Opus Dei à exposição in memorian de algumas peças da artista Marcia X, no Centro Cultural do Banco do Brasil, que desenhava pênis com rosários e cruz de Cristo.
Meu prognóstico era de que, caso ganhasse o Alkmin, as próximas exposições no privatizado espaço do CCBB/Santander seria só de Arte Sacra.
Nem precisou tanto. E a próxima exposição lá - antes do fim do segundo turno - foi, de fato, sobre o Barroco Brasileiro, enfocando... obras sacras. Sinal que o poder e controle que exerciam (exercem?) ainda sobre a coisa pública é bem maior do que a visibilidade que isto aparenta ter. Mas não espanta que o dinheiro público ainda seja usado para manter a riqueza privada, todos sabemos disso.

Mas o assunto é a estatização do Santander na Venezuela. Ou deveria ser. Alguém acredita que o Chavez estaria ainda no poder caso ganhasse a direita, no Brasil? Ou seja, credo em cruz...