27 de ago. de 2009

BIGODE

Reis Barrais
Índia Vermelha Sentada
Acode o mundo Jesus
Cacica
Jocelino Kubichéque




Quando o exu é macho eu coloco o bigode.

Jardelina da Silva

26 de ago. de 2009

Por onde andará aquele bigodão?



Dizem que não muito longe, porque além de ter medo de avião, ele era um rapaz latino americano sem dinheiro no banco...

Com vcs, o genial e inigualável Belchior:

(o video é ruim, mas pode deixar ir tocando no seu player e vendo a lista de emails)
http://www.youtube.com/watch?v=hIHRbgFSo0Y&feature=related

Balada de Madame Frigidaire

Belchior

Composição: Belchior

Ando pós-modernamente apaixonado pela nova geladeira.
Primeira escrava branca que comprei, veio e fez a revolução.
Esse eterno feminino do conforto industrial injetou-se em minha veia, dei bandeira!
e ao por fé nessa deusa gorda da tecnologia gelei de pura emoção!

Ora! desde muito adolescente me arrepio ante empregada debutante.
Uma elétrica doméstica então... Que sex-appeal! Dá-me o frio na barriga!
Essa deusa da fertilidade, ready made a la Duchamp, já passou de minha amante
Virou super-star, a mulher ideal, mais que mãe, mais que a outra... Puta amiga!

Mister Andy, o papa pop, e outro amigo meu xarope se cansaram de dizer:
Pra que Deus, Dinheiro e Sexo, Ideal, Pátria, Família pra quem já tem frigidaire?
É Freud, rapaziada! Vir a cair na cantada dum objeto mulher.
Eu me confundo, madame! E a classe média que mame se o céu, a prazo, se der!

Que brancorno abre e fecha sensual dessa Nossa Senhora Ascéptica!
Com ela eu saio e traio a televisão, rainha minha e de vocês.
Dona frigidaire me come... But no kids double income! Filho compromete a estética!
Como Edipo-Rei momo, como e tomo tudo dela... Deleites da frigidez!

Inventores de Madame Frigidaire, peço bis! Muito obrigado!
Afinal, na geladeira, bem ou mal, pôs-se o futuro do país.
E um futuro de terceira, posto assim na geladeira, nunca vai ficar passado.
Queira Deus que no fim da orgia, já de cabecinha fria, eu leve um doce gelado!

Mister Andy, o papa pop, e outro amigo meu xarope, se cansaram de dizer:
- Pra que Deus, Dinheiro e Sexo, Ideal, Pátria, e Família pra quem já tem frigidaire?
É Freud, rapaziada! Vir a cair na cantada dum objeto mulher...
Mas que trocadilho infame! La vraie Ballade des Dames du Temps Jadis... au contraire!

21 de ago. de 2009

momento raposa tomando conta do galinheiro

Os paranaenses reclamam, há tempo, da crescente onda de violência em nosso estado. As famílias se sentem inseguras dentro de casa, nas empresas ou nas ruas. Eu tomo a liberdade de encaminhar para Vossa Senhoria matéria jornalística do conceituado Jornal Gazeta do Povo, cujo texto explica bem porque a violência tem causado tantas e tantas vítimas, pois lamentavelmente, o Governo do Paraná é o que menos investe para dar segurança aos cidadãos.

Respeitosamente

Antonio Belinati


(receber email do nobre deputado paranaense - cujo mandato de prefeito eleito foi cassado antes da posse à sua quarta gestão na prefeitura de Londrina, por envolvimento com suborno e corrupção - me arrepiou!)

4 de ago. de 2009

momento paulo coelho

Onde Vai?
Em dois mosteiros vizinhos viviam dois jovens monges muito amigos.
De manhã, sempre os monges se encontravam, cada um cuidando de seus afazeres.
Certo dia, um dos monges estava varrendo o pátio de seu templo e, vendo aproximar-se o amigo, perguntou:
"Olá! Onde vais?"
O amigo respondeu, feliz:
"Vou aonde meus pés me levarem..."
O monge ficou intrigado com a resposta e comentou com seu mestre. Este lhe disse:
"Da próxima vez, diga-lhe: 'E se não tivesses pés?'"
Quando o jovem noviço viu o amigo de novo na manhã seguinte, fez a mesma pergunta já antecipando o momento em que pegaria o amigo de jeito, desta vez:
"Onde vais?"
Mas o outro disse:
"Aonde o vento me levar!"
O monge ficou frustado! Voltou ao mestre e contou a nova resposta, e este, sorrindo, disse:
"Da próxima vez, diga-lhe: 'E se o vento parasse de soprar?'"
O jovem monge ficou encantado com a idéia:
"Sim, sim! Essa é boa! Agora ele não me escapa!"
No dia seguinte, ao amanhecer, ele viu seu amigo aproximando-se de novo. Perguntou-lhe:
"Olá! Onde vais?"
O amigo parou, sorriu-lhe, e falou suavemente:
"Simplesmente vou ao mercado, meu amigo...", e seguiu seu caminho.

31 de jul. de 2009

ARTES PRÁTICAS



1 – Campanha do Museu da Tortura na Holanda utiliza “homem-sanduíche” de forma diferenciada.

2 - “Por uma boa noite de sono em qualquer lugar”. Campanha de sonífero coloca cartazes próximos a pessoas dormindo nas ruas.

3 - Pintura de mãos e pés, sugestionando posições sexuais, promove Sex shop em Singapura.



19 de jul. de 2009

mirrors from U_tupy_olândia for sell




Espelhos de u-tupy-olândia - vendas online











Espelhos de U_tupy-olândia

Usar a beleza que existe no Rio de Janeiro e retirar os edifícios e o Cristo da paisagem é a proposta deste trabalho. É assim, o resultado é uma imagem de um lugar paradisíaco chamado, agora, de U_tupy_olândia. Na mesma palavra tem a palavra utopia e a palavra TUPY (índios brasileiros).
Para Helène Clastres, em seu livro "A terra sem mal", os índios tupy-guaranis acreditavam no Paraíso, mas o Paraíso, enquanto nós estamos vivos, aqui na Terra.
O argumento do presente trabalho é o sujeito, a identidade e o reconhecimento de quem somos nós, para discutir quem são os outros. O espelho como reflexo, como reflexão. Meu trabalho é comprar esses produtos de bolso “Made in China” no comércio popular e trocar as imagens dos espelhos. Por que o espelho? É porque no Brasil os europeus trocavam espelhos com os índios e ficavam com o ouro deles, desde 1500.
Mas agora, esses mesmos “índios” transformam espelhos em ARTE e o vendem como produto “nacional”. Ou seja, devolvem a idéia de clichê como uma verdade, embora o clichê de beleza não seja uma mentira, em se tratando de Brasil.
Outra conexão que faz parte desse trabalho é a herança do Movimento Modernista, que foi um importante movimento no Brasil, a partir dos anos 20. Pois a partir deste movimento, o Brasil começou a mostrar as palmeiras, coqueiros e belezas naturais como parte de sua formação cultural, como o futebol, a caipirinha e o samba.
U-tupy-olândia não é só espelhos, mas a busca do trânsito livre entre diferentes linguagens: performances, ativismo, fotografia, vídeo, etc. onde a alegoria e o exotismo brasileiro são apropriados para diferentes situações, contextos e mídias.
Como é conhecido pela história da sociologia e da antropologia, os índios brasileiros costumavam comer seus inimigos para deles ganhar a força (Levy-Strauss, “O pensamento selvagem”). Em todo caso, ninguém mais precisa temer esta ameaça, uma vez que o mundo está todo globalizado e a idéia de quem sou eu quem é o outro, se apresenta como um discurso vazio, de multiculturalidade, como mais um negócio no mercado.
Usar a beleza natural tropical como sendo “O Paraíso na terra” e vender isso como fonte turística é mostrar, também, um outro lado da globalização, que é o lado do progresso industrial, da devastação e da acumulação de riquezas, essas, bem reais.
Para quem quer ver no espelho apenas refletida sua “alegria de viver”, eis que esses espelhos – com seu jogo de palavras e imagens de duplo sentido – cumprem bem seu papel de divertirem. Mas, o outro lado do espelho – como diria Deleuze, em “A lógica do Sentido”, sobre “Alice no país das maravilhas” – também é o espelho.
Assim, a única maneira de escapar das aparências, neste caso, é assumi-las como parte da construção do que somos nós, brasileiros: exóticos a nós mesmos. É no paradoxo desta constatação que nos tornamos “globalizados”, também. Ou seja, pertencendo ao mundo, devorando e sendo devorados, ao mesmo tempo.

U_tupy-land’s mirrors
I use the beautiful view that exists in Rio de Janeiro and I remove the buildings and Christ of the landscape. It is like this, the result is an image of a paradisiacal place that call U_tupy_olândia. In the same word, we have the word utopia and the word TUPY (Brazilian Indians). For Helène Clastres, in your book "The land without evil", the tupy-guaranis Indians believed in the Paradise, but the Paradise, while we are alive, here in the Earth.
The subject of the present work is the identity and the recognition of who we are us, to discuss who are the other ones. The mirror as reflex, as reflection. My work is to buy those pocket products "Made in China" in the popular trade and to change the images of the mirrors. Why the mirror? It is because in Brazil the Europeans exchanged mirrors for the Indians and they were with their gold, since 1500.
But now, those same "Indians" transform mirrors in ART and they sell it as "national" product. In other words, they return the cliché idea as a truth, although the beauty cliché is not a lie, in if treating of Brazil.
Another connection that is part of that work is the inheritance of the Modernist Movement, that it was an important movement in Brazil, starting from the twenties. Because starting from this movement, Brazil began to show the palm trees, coconut trees and natural beauties as part of your cultural formation, as the soccer, the caipirinha and the samba.
U-tupy-olândia is not only mirrors, but the search of the free transit among different languages: performances, activism, picture, video, etc. where the allegory and the Brazilian exotism are appropriate for different situations, contexts and mídias.
As it is known by the history of the sociology and of the anthropology, the Brazilian Indians eat your enemies for of them to win the force (Levy-Strauss, about the wild thought). In every case, nobody needs to fear this threat, once the world is every globalizated and the idea of who I am I who it is the other, come as an empty speech, of multiculturalism, as one more business at the market.
To use the tropical natural beauty as being "The Paradise in the earth" and to sell that as tourist source is to show, also, another side of the globalization, that is the side of the industrial progress, of the devastation and of the accumulation of wealth, those, very real. For who wants to see in the mirror just reflected your "happiness of living", suddenly those mirrors - with your game of words and images of double sense - they accomplish your role well of they amuse. But, the other side of the mirror - as Deleuze said, in "The logic of the sense", on Alice’s Carrol - it is also the mirror. Like this, the only way to escape of the appearances, in this case, is to assume them as part of the construction of what are us, Brazilian: exotic to us same.
It is also in the paradox of this verification that we became globalized. In other words, belonging to the world, devouring and being devoured, at the same time.


some translations of the texts in the images:
você é exótico. você é daqui: "you are exotic. you are of here"
Terra das mulheres felizes: "Place of the happy girls"
Eu como você. Você como eu: "I eat you. You eat me". but, too: "I like you. You likes me"
You are happy. You are here.
Sacred is yours montains, u-tupy-oland

Conjunto com 9 mirrors = 150$
Size: 7 x 5 cm
Display: 9 acrylic support more one plastic display
Quantidade de conjuntos à venda: 100
Cada imagem vem com um documento atestando sua autenticidade, contendo assinatura, data e numeração.

O comprador pode escolher as imagens que farão parte do conjunto dele.

Também é possível comprar espelhinhos avulsos: 20$ cada


Rubens Pileggi Sá - artista, escritor e agitador cultural. Trabalha com performances, intervenções e ações em espaço público.

artist, writer and cultural agitator. Works with performances, speeches and actions in public space.

pileggisa@gmail.com

14 de jul. de 2009

Psicóloga que diz "curar" gay vai a julgamento em conselho

Conselho Federal de Psicologia decide no dia 31 se cassa licença de Rozângela Alves Justino

Resolução veta tratar questão como doença e recrimina indicação de tratamento; se o registro for perdido, será a 1ª condenação do tipo no país

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Conselho Federal de Psicologia julga, no fim deste mês, a cassação do registro profissional de Rozângela Alves Justino por oferecer terapia para que gays e lésbicas deixem a homossexualidade. Se perder a licença, será a primeira condenação desse tipo no Brasil.
Resolução do próprio conselho proíbe há dez anos os psicólogos de lidarem a homossexualidade como doença e recrimina a indicação de qualquer tipo de "tratamento" ou "cura".
Rozângela, que afirma ter "atendido e curado centenas" de pacientes gays em 21 anos, diz ver a homossexualidade como "doença" e que algumas pessoas têm atração pelo mesmo sexo "porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso".
Numa consulta em que a reportagem, incógnita, se passava por paciente, Rozângela, que se diz evangélica, recomenda orientação religiosa na igreja.
"Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais", afirma.
A cassação de Rozângela, que atende no centro do Rio, foi pedida por associações gays e endossado por 71 psicólogos de diferentes conselhos regionais.
Segundo Rozângela, que já foi condenada a censura pública no conselho regional do Rio no final de 2007, "o movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e quer implantar a ditadura gay no país".
"É por isso que o conselho de psicologia, numa aliança, porque tem muito ativista gay dentro do conselho de psicologia, criou uma resolução para perseguir profissionais", afirma.
No Rio, Rozângela participa do Movimento Pela Sexualidade Sadia, conhecido como Moses, ligado a igrejas evangélicas.
A almoxarife Cláudia Machado, 34, diz que recebeu de Rozângela a apostila "Saindo da homossexualidade para a heterossexualidade", que prega meios para a mudança de orientação sexual. "Hoje vivo a minha homossexualidade tranquila, essa história de cura não existe, o que houve foi um condicionamento. Reprimi meus desejos. Não sentia prazer", diz.
Já a pedagoga Fernanda, que pede para não ter o sobrenome divulgado, diz ter sido lésbica por dez anos e que, depois da terapia que faz com Rozângela há quatro anos, passou a ter relações heterossexuais. "Realmente há possibilidade de sair da homossexualidade. É um processo longo. De lá para cá busco a feminilidade."
"A ciência já mostrou que não existe tratamento para fazer com que alguém deixe de ter desejo homossexual nem heterossexual. Quando se promete algo assim, é enganoso", diz o terapeuta sexual Ronaldo Pamplona, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana.
Segundo ele, a Sociedade Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do diagnóstico de doenças em 1974, seguida, uma década depois, pela Organização Mundial da Saúde.
"Se absolvê-la, o Conselho Federal de Psicologia vai referendar a tese de que é possível "curar" gays", diz Toni Reis, presidente da ABGLT, a associação brasileira de homossexuais.
"Isso traz prejuízo aos gays e contribui para fortalecer o estigma", afirma Cláudio Nascimento, superintendente da Secretaria de Direitos Humanos do Rio e do grupo Arco-Íris.
"Vejo [o pedido de cassação] como uma injustiça", diz Rozângela, que, se cassada, pensa em recorrer à Justiça comum.
De um lado, cem entidades gays de todo o país vão levar um manifesto e manifestantes no dia do julgamento de cassação de registro de Rozângela, no próximo dia 31, em Brasília. Do outro, ela diz que vai reunir alguns ex-gays e psicólogos amordaçados para protestar contra a censura que diz sofrer.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1407200913.htm

mar vermelho 1











CAÇA NA DINAMARCA

Se você acha que mar vermelho só existe um!! Se enganou!! Ajude a mudarmos este fato !!!!

DINAMARCA : UMA CAÇA

TODO ANO, ESSE MASSACRE BRUTAL E SANGUINÁRIO SE REPRODUZ NAS ILHAS FAROÉ, QUE PERTENCEM À DINAMARCA, UM PAÍS DITO "CIVILIZADO", MEMBRO DA UNIÃO EUROPÉIA.
MUITO POUCA GENTE TEM O CONHECIMENTO DESTA DEMONSTRAÇÃO TERRÍVEL E DEPLORÁVEL DE INSENSIBILIDADE QUE SE REPETE A CADA ANO.
ESSE MASSACRE SANGUINÁRIO É FRUTO DE HOMENS JOVENS QUE PARTICIPAM DESTE EVENTO MACABRO APENAS PARA DEMONSTRAR QUE ALCANÇARAM A IDADE ADULTA.
É ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL QUE NADA ESTEJA SENDO FEITO PARA QUE ESSA BARBARIDADE SEJA IMPEDIDA, UMA BARBÁRIE CONTRA O "CALDEIRON", UM GOLFINHO SUPER INTELIGENTE, QUE TEM A PARTICULARIDADE DE SE APROXIMAR DAS PESSOAS POR CURIOSIDADE.

CENSURA NA CULTURA







Caros amigos

Repasso aqui carta de Hélio Leites manifestando suas críticas e indignação pela censura que recebeu no SESC-Campinas.

Manifesto aqui minha solidariedade ao artista/contador de histórias/desanimador de festas/fazedor de inutensílios e fundador da Associação Internacional dos Coleccionadores de Botão, aquele que nos ensinou as grandezas de valor escondidas nas casas de um botão.

Espero que as câmeras de vigilãncia, a psiquê e juízo dos seguranças e porteiros de museu, as leis de etiqueta e bons costumes, os contratos de direitos autorais, o autoritarismo das autoridades do meio de arte, a reserva de mecado, e qualquer outra invenção de controle e censura deixem de ser parâmetro para a fruição da experiência artística e suas singularidades existenciais de manifestação.

Goto
http://newtongoto.wordpress.com



---------- Forwarded message ----------
From: Katia Horn <katia@familiahorn.com.br>
Date: 2009/7/13
Subject: Fw: carta de Hélio Leites ao Sesc SP
To:


Queridos,
meu amigo Hélio Leites foi censurado e humilhado num encontro de contadores de histórias no Sesc-Campinas. Transcrevi a carta manuscrita que ele endereçou ao Presidente do Sesc São Paulo, que está anexada a este email, para que seja lida e divulgada. Esse tipo de tratamento precisa ser alardeado, para que não se repita, principalmente quando se trata de um artista do gabarito e importância do Hélio.
Indignada, assino embaixo.
Um abraço, Katia Horn
(como diz o Hélio, Ghandis coisa!)

Ao Sr. Presidente do Sesc

Danilo Santos de Miranda

Sesc - SP

ref.: "Sesc Campinas censura contador de histórias"

ou "a ditadura do Patrocínio"

ou "Era uma vez outra vez..."

ou "Solidariedade não dói."

Eu, Hélio Leites, contador de histórias de Curitiba-Pr, fui censurado no Sesc Campinas pela segunda vez. A primeira vez ocorreu no ano passado quando fui convidado a participar do I Encontro de Contadores de Histórias - organizado pela Cia Narradores Urbanos e impedido de participar do evento, quando me indispus com o funcionário Sérgio "Conceito", que me proibiu de vender minhas inutilidades artesanais nas dependências do burgo. A alegação foi que era proibida a comercialização de produtos no interior do Sesc, quando no entanto, era permitido vender coca-cola na lanchonete. Neste ano, sem justificativa aparente, tive meu nome censurado pela diretoria cultural do Sesc Campinas, no dia da abertura, no hall do teatro, apesar de meu nome constar na programação do evento. Eu lhe pergunto: até quando vai persistir essa censura? Vim à Campinas este ano porque, quando fui convidado para o evento, alegaram que o funcionário birrento tinha sido transferido para São Paulo. Deve, pensei, deve ter recebido uma promoção pelo seu auto desempenho. Ledo engano, a mágoa ainda lateja, e eu, que acreditava que ela saía na urina.

Nem sei se ele foi, mas deixou aqui sua escola, o ranço de sua intransigência ainda cheira no ar; a intolerância de sua disciplina ainda reverbera nas portas e guardas, bem como a soberba de sua ditadura ainda pulsa nos remanescentes, que me censuraram novamente. Impedir um velho de trabalhar no último ofício que a vida lhe reservou deve ser crime inafiançável moralmente, e passível, espero, de processo judicial. A humilhação, a decepção e a violência moral não tem preço. Quando se adquire cabelo branco, vem junto no mesmo pacote, imunidade para lamentar. Velho não tem vez, nem voz neste país, tanto que qualquer funcionariozinho com seu cetro de rádio-comunicador sente-se autoridade para praticar a censura. Se um Sesc desses, verdadeiro templo erigido ao Deus Comércio, proíbe um pobre artesão de contar histórias num evento coletivo, está no fundo demonstrando necessidade de reciclagem. Não é só lixo que se recicla, educação também. Revela ainda total incompetência para gerenciar conflitos, revela também sua truculência cultural e sua vaidade arrogante e deixa à mostra a ditadura do patrocínio. Quem paga pode censurar. A censura acabou no Brasil, menos no Sesc Campinas.

Depois de viajar sete horas de Curitiba à Campinas, arrastando bagagens e histórias pelas rodoviárias da vida e ser “barrado no baile” e impedido de comungar histórias com meus pares, lhe confesso que isso não me engrandece nenhum pouco, acredite, estou me sentindo um refugo. Uma tristeza profunda me abalou até as varizes e paira sobre o meu coração velho. O que me consola é uma réstia de esperança, nuvem que de Campinas vai até o Pilarzinho onde moro. E é essa nuvem de solidariedade que não me deixa abandonar essa profissão que amo e que o mundo me reservou. Contar histórias é a profissão mais antiga do mundo e a mais nova. Quando você não conseguir fazer nada na vida e nada em sua vida der certo, vá contar a história de seus fracassos. O povo adora ouvir histórias de fracassos dos outros que é pra não cometer os seus. Desisti sim, mas foi do Sesc Campinas, não dos outros “Sesquis” do Brasil, os quais espero que sejam mais dóceis, receptivos e amigos do que o Sesc Campinas.

Continuo levantando a bandeira de contador de histórias, com o propósito de juntar pessoas, falo de amizade, solidariedade, honestidade, auto-estima, terapias alternativas e vivências de humor, matéria prima tão em falta no mundo corporativista. Espero que este grito seja jogado no ventilador da internet e espalhe essa nuvem de esperança pelo ar. Para que nunca mais na história desse país, um velho precise se humilhar escrevendo um S.O.S. e colocando dentro de uma garrafa e jogando no mar. Só estou procurando dignidade. Alguém viu alguma por aí?

Saudações

Hélio Leites

“Solidariedade não dói”

23 de jun. de 2009

concurso de monumentos

concurso de monumentos






11 de jun. de 2009

veto à medida 458 sobre a Amazônia

Caro Presidente Lula

Fui seu eleitor, desde sua primeira candidatura, e na macropolítica oficial - essa tradicional, das eleições - continuarei sendo eleitor de quem melhor defender um projeto social realizável, desde que tenha lastro histórico para corroborar suas falas.

Sem dúvida seus 2 mandatos têm sido muito melhores que de seus antecessores das últimas décadas, em vários campos, especialmente no âmbito social. É algo que merece reconhecimento.

Ainda assim manifesto que esperava muito mais de seu governo. É decepcionante ver que o dinheiro público continua sustentando especulações capitalistas de diversas ordens, do mercado financeiro a produções com vistas exclusivas à exportação, como as commodities. É muito mais importante trabalhar pela qualidade de vida de um povo que pelo superávit de grandes indústrias, empresas e agronégócio, com suas metas de concentração de riquezas, e suas práticas de exploração do trabalho. È preciso transformar a matéria no próprio território, gerar riquezas, e fazer isso num processo pautado pelo desenvolvimento social, e inevitavelmente, de agora em diante, balizado pela ecologia.

Está tudo interligado, uma política social mais justa tem e terá de pensar na preservação do meio ambiente.

Nesse sentido, caro Presidente, espero firmeza e coragem do Sr para vetar a MP 458!!! Vamos dar um chega pra lá nos ruralistas, latifundiários e especuladores capitalistas! Não tenha dúvida que o Sr terá grande apoio popular, afinal, somos o povo, e somos em muitíssimo maior número que os latifundiários e ruralistas. Sabemos que eles e alguns outros poucos concentram a renda, em proporções de concentração vexatórias para qualquer Nação, em cuja lista o Brasil se destaca, infelizmente... Se é para fazer diferente, um governo diferente e melhor, não se pode atender aos anseios dessa minoria injusta, concentradora de renda, que há séculos vem definhando a construção de uma Nação! A Amazônia não é lugar para plantar soja transgênica (por sinal, nenhum lugar deveria ser) nem para criar gado! Também não é preciso querer ficar enfiando indústria tradicional lá, replicando um modelo que já deu errado no mundo inteiro (até nos EUA agora, quem diria!). Há outras formas de auxiliar e investir na geração de economia na região, modelos específicos. Estudos sobre isso não faltam, o que falta é aplicá-los! È pra isso que serve o conhecimento, para ser usado! O conhecimento deve pautar a ação política e não o dinheiro. A Amazõnia é um Patrimônio da Humanidade, é um patrimônio de diversidade humana e de biodiversidade! A Humanidade, e mesmo especificamente os brasileiros, já tem conhecimento e tecnologia para buscar uma relação mais respeitosa e inteligente com esse lugar tão especial de nosso planeta. Vamos à prática! Optar pelos caminhos corretos! Vontade política! Essa é a política de agora em diante, pautada pela Humanidade e pela preservação de nosso planeta! Vamos aproveitar essa crise econômica mundial e fazer diferente, reiniciar praticando novas bases políticas, focadas no conhecimento, no respeito à natureza, na busca do bem-estar e justiça sociais. Agora é a hora.

Especificamente, quanto á questão da MP 458, reproduzo aqui as seguintes reinvindicações (repassadas pela rede avaaz.org), as quais considero minhas tb:


" 1. Nós não queremos que grandes empresas se beneficiem da MP 458 pois são elas as responsáveis por grande parte do desmatamento e queimadas da Amazônia, e consequentemente pelas nossas emissões de carbono

2. Nós queremos que o Presidente diferencie pequenos agricultores de grandes proprietários, portanto pedimos uma mudança em três pontos da MP:

  • Vetar os incisos II e IV do artigo 2º que permite a “ocupação e exploração indireta”. O veto garantirá que apenas as pessoas que moram na terra tenham direito ao título legal.

  • Vetar artigo 7º que permite título à empresas privadas. Somente pessoas físicas devem ter o direito de regularizar suas terras.

  • Proibir a comercialização das terras por 10 anos após a regulamentação (ao invés de 3 anos como foi proposto) para evitar a especulação comercial das terras."

E, no geral, Caro Lula, gostaria mais de seu governo em diversos campos, entre os quais:

- uma política de reforma agrária mais agressiva, mais eficiente, apoiando os pequenos proprietários, a diversidade produtiva, a agricultura orgãnica, a vocação do solo, a qualidade de vida no campo, e tendo mais coragem e resistência contra os lobbies dos ruralistas e latifundiários (e agora ainda, dos latifundiários trasgênicos!);
- uma proposta de distribuição de renda tb mais agressiva;
- uma política mais ousada de investimento em fontes de energia alternativa.
- uma política mais ousada na área de educação e de incentivo à pesquisa;
- uma política descentralizadora e mais democrática para os meios de comunicação, inclusive para a implantação e desenvolvimento de rádios e TVs comunitárias, tb nos meios digitais.
- uma política mais pautada pelo humano e pelo bem público do que pela economia.

Saudações e no aguardo de seu veto,
Goto
(Curitiba)
http://newtongoto.wordpress.com
http://e-ou.org/





Ilmo. Sr. Presidente Luís Inácio Lula e ao Senado Federal,
Srs., peço atenção especial a essa barbárie que querem aprovar...a MP- 458.Nossa Amazônia não é terra fértil para os AGRONEGÓCIOS..., BIOPIRATARIA, CRIAÇÃO DE GADO DE CORTE , GRILEIROS QUE SE VENDEM A TROCO DE?
O que ocorre na Amazônia reflete-se no mundo todo, oque estamos fazendo,nos ajustando ao modelo OMC? E todos os tratados e especulações que criamos no último Fórum Social Mundial....simplismente abrimos o Pará a ser a porta de entrada AO TURISMO para a Amazônia?
Sinceramente estamos pensando nas gerações futuras... jovens, crianças, índios, comunidades tradicionais ribeirinhas....sustentabilidade, recursos naturais renováveis, desperdícios de água pra lavoura seja,para alimentar gado, para plantar soja transgênica...
Por favor, Sr Presidente, ouça o clamor de seu POVO - que acreditando que faremos diferente - quer ver nossa nação como uma fortaleza e exemplo de democracia e cidadania.
VETO JÁ A MP-458!!!
Fica aqui registrado o meu repúdio aos Senadores deste Congresso Federal.
ATENCIOSAMENTE,SUBSCREVO
George Sander Martins Urbano
artista - ativista
São Paulo/SP
RG: 20.495.504-x

visite tb

www.reverberacoes.com.br

www.mapeia.wordpress.com

www.corocoletivo.org



Caros amigos,

Quarta-feira passada o Senado brasileiro passou a Medida Provisória (MP) 458 que regulariza terras ocupadas de forma ilegal na Amazônia. Isso significa que 67 milhões de acres de terra da Amazônia que são hoje um patrimônio da União estimado em 70 bilhões de reais, serão privatizados. A maior parte destas terras irão parar nas mãos de grileiros, os grandes responsáveis por violentas disputas por terra e pelo desmatamento da Amazônia.

O governo brasilieiro está deixando entender que aqueles que ocupam a Amazônia de forma ilegal e violenta serão recompensados. A projeto de regularização da Amazônia não começou mal - a idéia era proteger pequenos agricultores que precisavam do título legal de suas terras. Porém, ele acabou sendo corrompido pelos interesses do poderoso agronegócio, que incluíram três provisões perigosas que concedem a eles a maior parte das terras beneficiada pelo programa.

Nós só temos até esta quarta-feira para pedir para o Presidente Lula vetar estes pontos da MP, garantindo assim a proteção da Amazônia. Somente uma mobilização coordenada e massiva de pessoas de todos os estados brasileiros poderá convencer o Presidente Lula a vetar os pontos perigosos da MP. Só dependemos de um pequeno esforço de cada um de nós – ligue para o gabinete do Presidente Lula agora mesmo e diga para ele:

1. Nós não queremos que grandes empresas se beneficiem da MP 458 pois são elas as responsáveis por grande parte do desmatamento e queimadas da Amazônia, e consequentemente pelas nossas emissões de carbono

2. Nós queremos que o Presidente diferencie pequenos agricultores de grandes proprietários, portanto pedimos uma mudança em três pontos da MP:

  • Vetar os incisos II e IV do artigo 2º que permite a “ocupação e exploração indireta”. O veto garantirá que apenas as pessoas que moram na terra tenham direito ao título legal.
  • Vetar artigo 7º que permite título à empresas privadas. Somente pessoas físicas devem ter o direito de regularizar suas terras.
  • Proibir a comercializaçã o das terras por 10 anos após a regulamentação (ao invés de 3 anos como foi proposto) para evitar a especulação comercial das terras.

      Gabinete do Presidente:
      (61) 3411.1200 (61) 3411.1201


Nos próximos dois dias uma grande parte da Amazônia será privatizada, dando início a um perigoso e irreversível processo de desmatamento. Enquanto o mundo todo aumenta as suas preocupações ambientais, buscando uma economia livre de carbono e um maior respeito pelos nossos recursos naturais, nós não podemos deixar que o nosso governo venda a Amazônia. Nós só temos 2 dias! Ligue para o Gabinete do Lula hoje, depois encaminhe este email para todos os seus amigos e familiares!

Depois de ligar clique no link para registrar o seu nome, para que possamos acompanhar o número de participantes desta campanha:

http://www.avaaz. org/en/nao_ privatize_ a_amazonia/

Com esperança,

Alice, Graziela, Ricken, Ben, Luis, Paula, Pascal, Iain, Brett, Paul, Raluca e toda a equipe Avaaz

Leia mais sobre o assunto:

Ruralistas privatizam a Amazônia:
http://www.greenpea ce.org/brasil/ amazonia/ noticias/ ruralistas- privatizam- a-amaz-n

Carta aberta da senadora Marina Silva ao presidente da República:
http://www.greenpea ce.org/brasil/ amazonia/ noticias/ carta-aberta- da-senadora- marin

MP 458: Marina Silva alerta para legalização de terras griladas:
http://www.senado. gov.br/agencia/ verNoticia. aspx?codNoticia= 91856&codAplicativo= 2

MP 458 é prêmio ao crime de apropriação ilegal da Amazônia:
http://www.correioc idadania. com.br/content/ view/2993/ 9/

A Amazônia na mesa do Presidente:
http://www.socioamb iental.org/ nsa/detalhe? id=2894

Marina resiste, Kátia defende a grilagem:
http://www.greenblo g.org.br/ ?p=1390

Popular X Populista

Ser popular não é ser populista.

O investimento - psicológico, social, econômico - em uma cultura popular, não quer dizer investimento no baixo repertório informacional ("eu ligo o rádio e blá blá... blá, blá, blá blá, eu te amo", como diz a canção).

Não é porque um evento reune milhares de pessoas que ele é importante em relação a um outro, porque potência artística e criativa não se mede por quantidade de público.

A indústria cultural não investe tanto em artes que considera menos massiva, por isso, é do interesse público, manter e preservar o investimento em outras artes, além da música popular e do vídeo.

Mídia e publicidade não fazem de uma obra, obra de arte.

Do latim, gosto vem de sabor, sabor, que vem de sapore, que vvem de sapere, que é saber, em português. O que quer dizer que gosto - apesar de não se discutir (como se diz no ditado), ou até por isto mesmo - requer sabedoria.

Para se adquirir sabedoria é preciso ter conhecimento. Para se ter conhecimento, fontes de informação (que ofereçam mais do que a mera informação - embora uma informação nunca seja "mera").

Não basta ser pintor, tocar um instrumento, dançcar, interpretar, saber mexer nos programas do computador, etc para ser artista.
Habilidade manual, efeito técnico e acabamento de "qualidade" não resumem o trabalho artístico.

24 de mai. de 2009

Papagaio de exposição com cartão laranja





May 24, 2009
Centro de Artes Helio Oiticica
Rua Luís de Camões, 68., Rio de Janeiro

Encenação na manifestação na frente do Centro de Arte Hélio Oitica, no meio de um perrengue entre a secretaria de cultura do município e a família do artista. Pelo exercício experimental da liberdade não só para os incluídos, mas para os incluídos dentro dos ambientes de arte que não podem reclamar sua liberdade, afinal, o conceito "obra-obra" não foi inventado à toa, mas para pensar o fluxo na arte, asim como é na vida. Quem herda herda, quem não herda fica na mesma... Da adversidade vivemos, mas uma laranjinha no meio do caminho ajuda a consciência crítica a se tornar mais aguçada. Viva a cor que age! Amor humor já dizia o poeta da antropofagia. (fotos: fabi borges)

orkut>
http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=9864386669270524701&aid=1243189518&p=0

picasa>
http://picasaweb.google.com.br/pileggisa/CartaoLaranjaEOPapagaioDePirata#

7 de mai. de 2009

marcha soldado

fonte: 2009/5/7 edson barrus


Marcha soldado

Num ato corajoso, pela primeira vez na história, um juiz de são paulo derruba tabus e dá ganho de causa a um subtenente que quer incluir o companheiro como seu beneficiário na previdência da Polícia Militar
Por Camila Garcia fotos Bruno Schultze


Antonio Módulo Sobrinho, de 68 anos, é subtenente reformado da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Trabalhou na polícia por 22 anos. Fez policiamento ostensivo nas ruas, foi salva-vidas do Corpo de Bombeiros em São Vicente, na Baixada Santista, e atuou também no presídio do Carandiru. Durante 20 anos conseguiu esconder da corporação sua vida pessoal. “Nunca perceberam nada em mim, nunca dei motivo nem falei para ninguém da PM sobre a minha opção sexual”, explica.

O policial aposentado vive com Guilherme Mallas Filho, de 56 anos, há quase 41. Desde fevereiro de 2006, o casal luta na Justiça para que Guilherme possa ser incluído como beneficiário do companheiro na Caixa Beneficente da Polícia Militar do Estado de São Paulo, uma espécie de previdência exclusiva para PMs.

Numa decisão inédita do juiz Rômolo Russo Jr., da 5ª Vara da Fazenda Pública, a dupla obteve a primeira vitória. “O cargo choca, mas não é indigno ser homossexual em nenhuma profissão”, diz o magistrado. Russo Jr. explica que, como não há uma legislação para casos como esse, o juiz deve agir como legislador, já que existe uma lacuna na lei. “Eles provaram que mantêm uma união estável, têm conta conjunta desde 1987, e que existe uma relação de afeto e dependência econômica. Não há razão para que Guilherme não seja beneficiário do companheiro.”

A Caixa Beneficente da Polícia Militar apelou e o caso vai agora para o Tribunal de Justiça do Estado. Mesmo assim Russo Jr. determinou a tutela antecipada – o que significa que, na prática, até o fim do processo, se Módulo morrer, Guilherme terá direito à pensão. A tendência é que a sentença dada pelo juiz se mantenha.

O INSS já reconhece como legítima a união estável entre pessoas do mesmo sexo para fins de previdência – e isso deu forças para que o PM entrasse na Justiça para conseguir o mesmo benefício. Anteriormente, ele havia feito a solicitação administrativamente na Caixa. O pedido foi negado.

Na Polícia Militar, a decisão judicial caiu como uma bomba. E obriga a corporação a tratar de um tema povoado de tabus. Um assunto que eles preferem ignorar. Oficialmente, ninguém fala sobre o caso.

Para se ter uma ideia do que representa dentro da Polícia Militar uma decisão como essa, na época em que os superiores de Módulo descobriram que ele era gay, em março de 1982, o policial foi obrigado a passar oito dias aquartelado e teve de responder a um IPM (Inquérito Policial Militar) por pederastia. “Pederastia era considerada uma infração grave para a PM. Hoje em dia as regras estão mais brandas, mas ainda assim todos preferem ignorar que existem homossexuais dentro da PM”, avalia Módulo. “Quando estava em serviço nas ruas, vi vários policiais querendo espancar gays na rua. Sempre impedi, sempre trabalhei corretamente.”

Módulo conta que não foi difícil manter em segredo sua opção sexual durante tantos anos. Com voz grossa e valentão, ele não dava brechas para desconfianças. Foi numa viagem para a Bahia com Guilherme que o relacionamento foi descoberto. Os dois foram parados pela polícia. Módulo tinha viajado sem o conhecimento de seus superiores e portava uma arma oficial. O tenente baiano imediatamente comunicou o batalhão dele em São Paulo da situação. E ainda fez questão de dizer que o PM estava beijando exclusivo outro homem na boca. Assim que voltou à cidade a vida dele no trabalho se transformou num inferno. Além da prisão, das ameaças, os oficiais do Serviço Reservado o chamaram para uma conversa definitiva. As opções apresentadas: ou Módulo largava o companheiro ou seria transferido para outra cidade. Ele ficou com a segunda opção e teve de sair de Santos, onde sempre morou, para vir para São Paulo controlar a entrada e a saída de visitantes no Carandiru. Ficou no novo posto por um ano e não aguentou a barra. Nessa época, a saúde dele já estava bem fragilizada. Reflexo de uma queda em que bateu a cabeça, durante um treinamento no Corpo de Bombeiros, anos antes. Além disso, toda a perseguição quando a história veio à tona lhe causou uma depressão profunda. Guilherme, que atuava como detetive particular, parou de trabalhar e passou a cuidar em tempo integral do companheiro. Essa dedicação foi um dos argumentos centrais da defesa do casal. “Guilherme parou a vida para se dedicar a Módulo”, constata Márcia Arbbrucezze Reyes, advogada dos dois.

Módulo faz coro: “Não importa o sexo da pessoa, o que importa para mim é que ele sempre esteve ao meu lado e depende de mim financeiramente. Não quero desampará-lo depois de todos esses anos juntos”.

Na audiência, Márcia também levou ao juiz cinco testemunhas que comprovaram a relação duradoura e harmônica dos dois. Eram amigos, vizinhos que conviveram em épocas diferentes com eles. Os fatos, documentos e depoimentos convenceram o juiz Russo Jr. de que as alegações faziam sentido e eram verdadeiras.

Com essa decisão, certamente uma nova página da nossa legislação começa a ser reescrita.



--
edson barrus
http://www.youtube.com/user/edsonbarrus
http://web.me.com/edsonbarros

4 de mai. de 2009

o mambembe cybernético

2009/5/4


Rubens, a estória dos pedidos de depósito provocou uma outra discussão, desta vez com os moderadores do yahoogoups... Pois é considerado span pedir ajuda pessoal, e passei uma semana em troca de emails para explicar o que eu chamei de "o mambembe cybernético"....

Argumentei ser esta uma legítima atitude artística praticada desde a idade média, a de apresentar a produção em praça pública e/ou nas ruas e depois passar o chapéu, e que isso em nada difere dos convites de lançamento de livros ou para ver uma exposição e/ou peça de teatro..., pois mesmo nessas o subtexto é "compre!"

Eu não fui excluído dos grupos porque convenci os moderadores que tinham que considerar que se: 1. convidam/aceitam artistas nos grupos; 2. os mambembes existem; 3. o meu trabalho é público e está em lugares na internet, está em sítios virtuais; 4. eu indico onde ver (os links onde publico com frequência); 5. todos podem acessar independente de comprar ingresso e/ou adquirir a obra para si, então eles tem que aceitar o "passar o chapéu também. E, considerando tudo isso acima, é legitimo eu pedir colaborações espontâneas e ainda indicar onde está o meu chapéu, ou seja, a minha conta bancária - o cpf é para o caso de depósitos virtuais. Portanto, se não queres ter problemas indica os teus links junto com a conta bancária.

O "etetuba" é fruto de um contexto local..., pois meus irmãos macumbeiros tem pouco acesso à internet e com isso são limitados no uso dos recursos do 'mundo virtual', então eu passei a ser uma espécie de instituição divulgadora ao mesmo tempo em que faço a capacitação de cada um dos grupos que me chamam pedindo que ajuda para montar blogs, fazer divulgação e etc.... Mas todos sabem que se passarem um único email para o "etetuba" eu mesmo faço aquilo que é urgente e que eles tem dificuldade...

Isso começou com minha mãe de santo, depois ampliou para os macumbeiros da zona metropolitana de Belém, depois para os Mestres da Cultura Popular do Estado do Paré, depois distribuí minhas senhas do etetuba@gmail.com para poder ter ajuda de alguns amigos quando eu passo por dificuldades (tipo: períodos de internação hospitalar por causa dessa merda de amputações por diabetes; sufoco respondendo processos na UFPA e outros), e virei a instituição Etetuba...

Então eu entendo as contribuições como sendo para meu trabalho artístico e cultural.... e o financiamento é "em geral", pois não se limita a arte.

Por falar nisso a Égua Gambiarra está tussindo (minha komby velha tem nome e sobrenome e nasceu em 1995 - tem 14 anos) e vou adorar ajudas para interna-la numa clinica veterinária antes que essa tosse vire uma gripe equina.

há_braços.

Arthur

financie as ações de Etétuba, deposite qualquer quantia na conta


Banco do Brasil
ag 3702-8
cc 19097-7


Etetuba = Arthur Leandro
CPF 279.114.462-53


http://aparelho.comumlab.org/
http://criados-mudos.blogspot.com/
http://cinemaderua.blogspot.com/
http://institutonangetu.blogspot.com/
http://www.youtube.com/user/etetuba
http://picasaweb.google.com/etetuba
http://picasaweb.google.com.br/redeaparelho
http://www.overmundo.com.br/perfis/etetuba

+ BOAL

Leia abaixo a íntegra do discurso de Augusto Boal sobre o dia mundial do teatro, 27 de março. O pesquisador, diretor e dramaturgo foi nomeado como embaixador mundial do teatro pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

Leia a íntegra do discurso:

"Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de ideias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática --tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a plateia e a plateia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa --nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - 'Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida'.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento --é forma de vida!

Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!"
02/05/2009 - 17h52

Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, morre aos 78 anos no Rio
São Paulo - O dramaturgo e diretor de teatro Augusto Boal morreu na madrugada deste sábado, aos 78 anos, de insuficiência respiratória, no Hospital Samaritano, no bairro do Botafogo, Rio. Ele sofria de leucemia e estava internado desde o dia 28 de abril.

2 de mai. de 2009

TEATRO DO OPRIMIDO



AUGUSTO BOAL (Rio de Janeiro, 16 de março de 1931 - Rio de Janeiro, 2 de Maio de 2009) foi diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.