5 de jun. de 2007

estudantes são achincalhados por reitor da UEL

FOLHA DE LONDRINA, 03 DE JUNHO DE 2007

PLANO DE SEGURANÇA DA UEL - Universidade é campo fértil para o tráfico

Reitor disse, em visita à FOLHA, que a segurança na UEL vai além da construção de um muro, é necessário contratar seguranças, mas admite não ter autonomia para fazer isso




Os protestos que impediram a realização de audiência pública sobre o Plano de Segurança da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na última quarta-feira, marcaram o primeiro grande conflito entre o reitor Wilmar Marçal e o movimento estudantil. Em entrevista à FOLHA, o reitor lançou dúvidas sobre a legitimidade dos opositores do plano. Também falou dos decretos do governo estadual que ameaçam a autonomia universitária.

O senhor imaginava que o Plano de Segurança provocaria tanta polêmica?
Imaginava. Temos fortes indícios de que a UEL é campo fértil para o tráfico de drogas. Quando se mexe com organizações que têm interesse em que o campus continue aberto, espera-se manifestações.

Os estudantes dizem que não estão tendo voz na discussão...
Os estudantes estão sem representação no Conselho há mais de seis meses. Passamos para eles a necessidade de se cumprir os quesitos previstos no regimento da UEL, mas continuam irregulares. O plano está sendo discutido, sim, com os centros de estudo e departamentos. O entorno da UEL, através de 40 pessoas representativas, já se manifestou favorável. Esses estudantes (que promovem os protestos) estão tendo provavelmente fomento e ajuda financeira de alguém, porque têm dinheiro para gastar com faixa, repique, bumbo, nariz, uma série de coisas que não condiz com o discurso de que são carentes. É preciso identificar quem está por trás disso.

Alguma idéia?
Acho que há interesses partidários, talvez de grupos de ultra-esquerda.

Interesse de partidos, de traficantes... Não há opiniões contrárias ao plano que sejam isentas? Temos várias nas sessões de cartas...
Eu questiono um pouquinho a idoneidade das cartas, acho que algumas são também fruto de organizações interessadas em mostrar um lado contrário. E existe muita desinformação. A opinião pública precisa saber que boa parte dos alunos que fazem parte desse movimento contrário são repetentes há seis, sete anos. Eu também questiono por que isso acontece.

Os próprios seguranças da UEL apontam que o quadro está defasado. A contratação de mais vigias não poderia anteceder uma medida mais radical?
Contratação depende do governo do Estado, existe um limite de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não temos autonomia para fazer isso. É lógico que a universidade precisa de mais efetivo, ela cresceu muito. Temos que ter 200 vigias, e não 138 como tem hoje. Além disso o quadro dos agentes de segurança está bem próximo da aposentadoria.

Em relação ao governo estadual, a UEL vai brigar para recuperar a autonomia das viagens de professores ao exterior?
Estamos tentando convencer o governador a reestudar o decreto 5.098, que trata disso. O professor quando vai para o exterior ele vai em busca de contatos e aprimoramentos. É característica da pesquisa; acontece em todas as universidades. Na UEL temos assessoria de relações internacionais que é um setor que busca contatos com pesquisadores de todo o mundo e isso inclui um trabalho de levar estudantes para intercâmbio. A idéia é que a UEL se fortaleça ainda mais nesse quesito.

Os reitores reclamam que nem a própria secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Puppato, vem participando dessas decisões. A pasta está sendo relegada nesta gestão?
Não há a efetiva consulta que deveria ter. No momento em que o governo, através de seu líder na bancada legislativa, faz um projeto para unificar o calendário dos vestibulares na calada da noite, e sequer a secretária é consultada, alguma coisa está errada.

Vanessa Navarro
Reportagem Local

2 comentários:

Rubens Pileggi Sá disse...

Good is to make friends!

Anônimo disse...

bota o cataz da expedição aí, pô!