25 de dez. de 2008

artista nao morre

“Navegar é preciso/ viver nao é preciso”


Como vc quer morrer?

Eu não vou morrer. Artista não morre. O artista vive através de sua obra. E a obra resite ao tempo.

Não vou morrer porque também não vivo. Apenas estou em fluxo presente e contínuo, que não se prende, nem se esgota. Sem futuro. Sem passado.

Não morrerei porque um artista é o conjunto de todos os artistas, de todos os tempos, do além e aquém de mim. E a arte do artista é diálogo “entre o nem nascido e o já ido”. De séculos e linguagens.

Arte é uma espécie de inteligência sensível desenvolvida na alma, assim como se desenvolvem os músculos em corpos disciplinados no exercício. Aqui, “o exercício experimental da liberdade”, recusando-se à idéia de uma vida em oposicao à morte.

Morremos e renascemos todos os dias, indefinidamente. Nomeamos e ignoramos o que são as coisas, vivemos em perpétua alternância entre camadas diferentes, mas justaspostas, de nartureza e cultura. E é no vácuo que se instaura entre isso e aquilo, aqui e lá, que vive o artista. Que sonha o artista o mundo. E dele se desfaz, também, deixando ser o que se é, passagem, tempo, relações.

2 comentários:

Anônimo disse...

Te desejo um ano maravilhoso e muita vida pra vc e sua arte!! Um beijo!!!

Anônimo disse...

ah, mas assim até eu fiquei viva! abraços, cris