5 de mar. de 2007

Os rastros dos Cantos

NÔMADES E ANARQUISTAS

“Como regra geral da biologia, as espécies migratórias são menos ‘agressivas’ que as sedentárias. Há uma razão óbvia para que assim o seja. A própria migração, como a peregrinação, é a prova mais dura: uma prova ‘niveladora’, onde os mais ‘preparados’ sobrevivem e os desgarrados sucumbem pelo caminho. Assim, a viagem esvazia a priori a necessidade de hierarquias e demonstrações de dominação. Os ‘ditadores’ do reino animal são os que vivem em ambientes de abundância. Os anarquistas, como sempre, são os ‘cavalheiros da estrada’”.

Bruce Chatwin
No belíssimo livro Os Rastros dos Cantos, sobre povos nômades e aborígines australianos.


(No toque da Ana, do blog do Pinduca: http://zonabranca.blog.uol.com.br/)

3 comentários:

Anônimo disse...

tava lendo o hakim bey e ele fala o contrário. que a família, a hierarquia, surge da escassez e o bando, da abundância. paleolítico X neolítico.

Rubens Pileggi Sá disse...

na verdade, há controvérsias. Mas se vc reparara bem, os ciganos tem famílias e hierarquias, também.

Anônimo disse...

ele identifica bando como algo muito mais primitivo, paleolítico. diz que a família, a verticalização das relações pessoais, aparece com a "revolução da agricultura", com sedentarismo (neolítico). então esse idéia de bando precede os ciganos. é uma memória ancestral.