5 de mar. de 2009

Respeito com essa mulher!

Pesquisadora Dra. Niède Guidon, que dedicou mais de 35 anos aos sítios arqueológicos do Piauí

Em 1991, o Parque Nacional da Serra da Capivara foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade por abrigar o mais importante patrimônio pré-histórico das Américas e a maior quantidade de pinturas rupestres do mundo. A reserva é administrada por um convênio entre o poder público e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) que tem como Diretora Presidente, desde a criação da fundação, a pesquisadora Dra. Niède Guidon.

Às vésperas de completar 76 anos, mais de 35 deles dedicados a escavar, estudar e proteger com unhas e dentes a riqueza dos sítios arqueológicos do Piauí, Niède conta que "no começo disseram que era loucura eu me mudar para o sudeste da região, que eu deveria ficar na capital ou próximo ao litoral. Discordei, se não trouxermos estas iniciativas para cá, se não fizermos acontecer transformações que melhorem a situação sócio-econômica destas populações, nunca iremos desenvolver o interior do Brasil".

Niède nasceu na cidade de Jaú, interior de São Paulo, e se formou em História Natural pela Universidade de São Paulo. Viveu na França, onde se especializou em arqueologia e nos estudos de pinturas rupestres pela Universidade de Sorbonne. Na década de 1970, motivada por fotografias das pinturas da Serra da Capivara, organizou expedições à região de São Raimundo Nonato e lá está até hoje. Suas descobertas traçaram novos rumos às pesquisas internacionais sobre a origem do homem na América.

Antes dos vestígios descobertos no Piauí, as pistas mais antigas de ocupação humana nas Américas, datadas de 12.000 anos, só tinham sido encontradas em sítios arqueológicos no estado do Novo México, nos Estados Unidos. Batizados de "tradição Clóvis" (nome da cidade próxima a região onde os fósseis foram encontrados), os achados norte-americanos foram por muito tempo as únicas provas que levavam a uma explicação de como o homem pré-histórico saiu da África, caminhou até o estreito de Bering durante o período das glaciações e chegou a América.

Descobertas posteriores nos sítios de Monte Verde, no Chile; Lagoa Santa, em Minas Gerais, e os achados da Dr. Niède, no Piauí, contribuíram, e continuam contribuindo, para reescrever as teorias da ocupação das Américas. Hoje é tido como certo o homem pré-histórico ter feito migrações anteriores há 12.000 anos pelo estreito de Bering (Pré-Clóvis) e se fala na possibilidade dessas populações terem escolhido também outras rotas para atingir o continente americano, como por exemplo, pelo mar.

mais em:
http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/03/05/ult4466u527.jhtm

Um comentário:

Rubens Pileggi Sá disse...

mas eu pensei que o quarenta tivesse sido desativado... tanto quenão consegui mais postar lá.