27 de nov. de 2008

cinismo reacionário via e-mail

Intitulado "curriculum da futura presidente do Brasil", um email se dissemina pela internet, mostrando a ficha policial, à época da ditadura militar, da ministra Dilma Roussef, assinalada como "terrorista" e mostrando suas atividades "ilegais" e assaltos à bancos que teria praticado.

Minha resposta:

Se ela conseguir diminuir um pouco o lucro dos banqueiros e distribuir essa riqueza com a população do país, já está bom.
Acho que deve ser levado em conta o período em que ela cometia tais ações, porque quando ela foi presa ela foi torturada como comunista e não tratada como ladra comum, assaltante de bancos. E se é para ficar de algum dos lados, pior os golpistas do regime militar, que querem anistia para seus crimes de tortura e repressão e não admitem serem julgados pelos crimes de excessão que cometeram no período. Violência que o Estado brasileiro não contempla em sua constituição. Privaram o direito de expressão da sociedade por medidas repressivas como o AI5 e o resultado foi um desastre que ceifou a vida de milhares de jovens, à época, prendeu muitos, além de outros que foram expulsos do país. Torturas físicas e psicológicas. Traumas que levaram muitos ao suícidio e até hoje é uma ferida aberta na consciência do país. Por sorte essa aí sobreviveu.
Chega de "marcha com deus com a família pela tradição, família e propriedade". Essa marcha a ré é o que menos o Brasil precisa, hoje em dia, quando parecem abrir alguns horizontes no cenário latino, americano e até mundial, de que a "mão invisível do mercado" - essa que, entre outras coisas, tirou um presidente eleito democraticamente pelo povo para colocar uma junta militar no poder - começa a perder um pouco de seu peso sobre a construção de nossas vidas.
Deixa começar a campanha eleitoral, vamos ver o que ela tem a nos propor como projeto para o país. Até porque esse tipo de anti-propaganda reacionária sobre a ministra ou sobre qualquer pessoa que tenha vivido aqule momento infeliz do nosso passado, acaba dando argumento para extremismos. E isso não precisamos, no momento. Juizo não se compra na farmácia. E nem se leva na porrada.
Claro, melhor que conheçamos o histórico de cada candidato e quais os interesses que defendem cada um, mas quando vem um spam desses, de ironia cínica, com a imagem intitulada "curriculum" e a mensagem do post "Nossa futura Presidente do Brasil!!", isso fica parecendo que querem que a gente se torne cúmplices de operações como as feitas pelo DOI-CODI e outros orgão de repressão. E isso é muito deselegante. E, quem cala, consente. A não ser em situação de repressão, em que é obrigado a se calar.

Ex-presidente da Bienal Internacional de Artes de São Paulo

CVM aplica multa recorde ao ex-dono do Banco Santos

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) multou nesta quarta-feira o ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, em R$ 264,5 milhões. Trata-se da maior multa individual aplicada pelo órgão responsável pela fiscalização do mercado acionário. Ao todo, o banco, cuja falência foi decretada em 2005, e outros 11 ex-executivos foram penalizados com multas que somam R$ 667,5 milhões, também recorde na história da CVM.

Ferreira e o Banco Santos são acusados de emitir e negociar debêntures, no valor de R$ 1,3 bilhão, sem registro na CVM, como determina a legislação do mercado de capitais.

O inquérito da CVM foi iniciado em maio de 2004 e investigou irregularidades na gestão dos fundos de investimento por parte da Santos Asset Management-- responsável pela administração de recursos de terceiros-- e na comercialização de debêntures por parte do Banco Santos.

Para a CVM, essas operações beneficiaram o próprio Banco Santos, em detrimento dos cotistas dos fundos administrados pela Santos Asset Management.

"A falta de diligência é gravíssima. Os cotistas foram ludibriados, achando que teria uma gestão profissional dos recursos", afirmou o diretor da CVM Sérgio Weguellin, relator do processo.

Nessas operações, o banco emprestava um valor adicional ao que era pedido, desde que essa sobra fosse aplicada em debêntures indicadas pelo banco. Essas debêntures eram emitidas por empresas não-financeiras direta ou indiretamente ligadas aos próprio Banco Santos ou a Edemar Cid Ferreira. Algumas delas estavam sediadas em paraísos fiscais.

Segundo a CVM, essas empresas eram de "fachada", e tinham como sócios, administradores e procuradores pessoas de baixa condição financeira e instrução, que eram os chamados "laranjas".

http://www.jusbrasil.com.br/noticias/255617/cvm-aplica-multa-recorde-ao-ex-dono-do-banco-santos

25 de nov. de 2008

Grana para socorrer o setor imobiliário nos EUA

São 800 bilhões (600 + 200) de dólares + ou - 1.6 um trihão e seicentos bilhões de reias!!!!
Se fosse dividir isso para cada pessoa, dando 3 mil reais para cada um, durante um ano, somando 36 mil, dava para deixar 44.444.444.444,4 - 44,4 bilhões de pessoa só curtindo, durante um ano, podendo investir em seu próprio negócio, poluindo menos o ambiente e aproveitando para aprender um pouco mais sobre o que quisesse.
Duvide-o-dó que o setor imobiliário dê um milionésimo de empregos que justificariam esse derrame de dinheiro em quem fez a crise e continua lucrando com ela.

12 de nov. de 2008

A SOLUÇÃO PRO NOSSO POVO EU VOU DAR!



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Investimento

O Brasil também deverá apresentar recorde de investimentos ao final de 2008. Segundo projeção da Anfavea, as montadoras deverão investir no país US$ 4,9 bilhões neste ano. Segundo Jackson Schneider, o montante previsto para o intervalo de 2008 a 2010 é de US$ 20 bilhões de investimentos entre montadoras e fabricantes de autopeças. "Isso gerará dinamismo à economia brasileira."

Taxa de emprego e licenciamento
Em fevereiro, 122.400 pessoas estavam empregadas na indústria automobilística, segundo os dados divulgados pela Anfavea.

http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL344301-9658,00-PRODUCAO+DA+INDUSTRIA+AUTOMOBILISTICA+CRESCE+NO+BIMESTRE.html

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Outros setores que recebem tratamento privilegiado das autoridades, como a indústria automobilística e a de equipamentos eletrônicos, também figuram na lanterna do ranking da geração de empregos.

Os dados são de estudo recém-concluído, assinado pela economista Sheila Najberg e pelo engenheiro Roberto de Oliveira Pereira, ambos da Área de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os campeões na geração de empregos, segundo o levantamento, são os chamados serviços prestados às famílias, ou seja, trabalhadores de segmentos que abrangem lazer pessoal, educação privada, entregas domésticas, cabeleireiro, manicure, entre outros. Estes serviços geram 1.080 empregos para cada R$ 10 milhões de aumento da produção. Em segundo lugar vêm artigos de vestuário (mil vagas) e, em terceiro, agropecuária (828).

http://www.sindicatomercosul.com.br/noticia02.asp?noticia=12851

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É NOTÍCIA DOS JORNAIS DE HOJE (12/11/2008): O GOVERNADOR DE SÃO PAULO, JOSÉ SERRA, INVESTE 4 BILHÕES DE REAIS PARA SOCORRER AS MONTADORAS. E ISSO É VENDIDO COMO UM ATO HERÓICO. AÉCIO, DE MINAS, ESTÁ NA MESMA LINHA. ACABEI DE VER NO JORNAL DA NOITE, DA GLOBO. POIS BEM, DIANTE DAS NOTÍCIAS ACIMA E, SABENDO QUE É DINHEIRO PÚBLICO INVESTINDO, MAIS UMA VEZ, EM MULTINACIONAIS, EM NOME DE GERAÇÃO DE EMPREGO, REINVINDICO AQUI A MINHA PARTE DESSA FORTUNA EM ESPÉCIE. ENTENDERAM BEM? EM ESPÉCIE. QUE SE FODAM OS MISERÁVEIS EMPREGOS.

10 de nov. de 2008

jorge coli, sobre a 28 bienal

Ponto de Fuga

Serviço sujo

Não adianta vir com história de que essa Bienal causa "polêmica"; não pode haver "polêmica" com alguma coisa que se situa entre o simplório e o safado


JORGE COLI - COLUNISTA DA FOLHA DE SAO PAULO

O título deste "Ponto de fuga" está na coluna de Barbara Gancia, na Folha, dia 31 passado. Um artigo que lavou a alma. Enfim, alguém berrou: "O rei está nu". Ou melhor: a Bienal de São Paulo está vazia. Vazia. Sem floreios ou firulas: vazia, irremediavelmente vazia, pateticamente vazia. Vazia de obras, de idéias, de vergonha. Não é gesto artístico: Yves Klein [1928-62] pintou de branco a galeria Iris Klert, em Paris, e expôs o vazio, provocando filas de gente querendo entrar para ver o que não havia. Isso em 1958. Cinqüenta anos depois, está lá, no pavilhão do Ibirapuera, o cavo, o inane, o chocho. Não adianta vir com história de que essa Bienal causa "polêmica", palavra hedionda porque reduz argumentos e debates a um espetáculo de circo. Não pode haver "polêmica" com alguma coisa que se situa entre o simplório e o safado. Não é admissível contemporizar, dizendo que a arquitetura do Niemeyer ficou visível, patati e patatá. Nem que houve seminários, conferências e quejandos: a Bienal de São Paulo não é academia ou universidade. Existe para mostrar arte recente. Nem que ela "questiona" a produção de hoje ou a natureza das próprias bienais. Questiona nada, porque é um nada. O que ela traz, sem querer, não é artístico ou estético, é ético. Aracy Amaral, com sua serenidade de sábia, tocou num nervo exposto, declarando à Folha: "Existe uma produção nacional muito vigorosa que não está aqui e poderia". Basta comparar a atual Bienal de São Paulo com as últimas edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre. Lá, as mostras, nacionais e internacionais, são vivas, agudas, brilhantes.

Parquinho
No segundo andar da Bienal não há nada. Literalmente. No primeiro, algumas obras minguadas. Entre elas, um escorregador, de Carsten Höller. Escorregador mesmo. Na Tate Modern, de Londres, há dois anos, eram cinco. Aqui é um só, perdido no desânimo. Se é para perturbar a seriedade sagrada dos lugares reservados às artes, uma sugestão: instalar a próxima bienal no Playcenter. Tanya Barson, da Tate Modern (Londres), que lamentou, na Folha, ter voado 14 horas para ver a Bienal do Vazio, poderia ao menos se divertir na montanha-russa, no chapéu mexicano. CharabiáComo muitas pessoas são fascinadas por aquilo que não conseguem entender, a crítica e a teoria das artes abusam. Jonathan Shaughnessy sobre Carsten Höller: "Esses objetos tentam ao mesmo tempo embrulhar e revelar os sentidos a fim de que inibam a subjetividade e o sentimento de si ao invés de favorecê-los". Tradução possível: depois de escorregar no tobogã a gente fica tonto.

Coronéis
Um problema de certas instituições brasileiras voltadas para a arte e para a cultura é que se acham nas mãos de ricaços. Nos EUA, contribuições vão para o MoMA ou a Metropolitan Opera. Uma direção especializada decide o destino das verbas. Aqui, quem tem dinheiro mete o bedelho. Os resultados são desastrosos. Sem contar a freqüência com que dinheirama e falcatrua se tornam sócias. Ilustração evidente, o caso de Edemar Cid Ferreira. Chegou a ser mais poderoso do que o ministro da Cultura no Brasil e acabou na cadeia. Tristes fraquezas pressupostas naquele latim: "Sic transit gloria mundi", ou seja, uma hora por cima, outra hora por baixo. Edemar Cid Ferreira vivia circundado por uma corte de intelectuais que se agitava ao seu serviço. Que se escafedeu ao sentir o cheiro de queimado.

3 de nov. de 2008

Poetando o anônimo, anonimando o poeta



















Pça Roosivelt, Sampa


Em frente ao Espaço Satyros I, em noitada cheia de cena.

Machões, pero no mucho!


bienal vazia, quase


na rua, andando, em sampa ainda






Essa é parte da exposição do prêmio Marcantonio Villaça, no SESI, em SP, mês de setembro. A dupla Gisela Motta e Leandro Lima mostrou três trabalhos: 1 - um video projetado de um coração batendo feito de bombas caseiras.
2 - um vídeo com sensor cuja imagem era a de um alvo, simulando alguém mirando o espectador que passa em frente à parede.
3 - armas feitas de papel, cujos modelos forma retirados de games digitais.

PIAUI, maluco beleza em Sampa