31 de jul. de 2009

ARTES PRÁTICAS



1 – Campanha do Museu da Tortura na Holanda utiliza “homem-sanduíche” de forma diferenciada.

2 - “Por uma boa noite de sono em qualquer lugar”. Campanha de sonífero coloca cartazes próximos a pessoas dormindo nas ruas.

3 - Pintura de mãos e pés, sugestionando posições sexuais, promove Sex shop em Singapura.



19 de jul. de 2009

mirrors from U_tupy_olândia for sell




Espelhos de u-tupy-olândia - vendas online











Espelhos de U_tupy-olândia

Usar a beleza que existe no Rio de Janeiro e retirar os edifícios e o Cristo da paisagem é a proposta deste trabalho. É assim, o resultado é uma imagem de um lugar paradisíaco chamado, agora, de U_tupy_olândia. Na mesma palavra tem a palavra utopia e a palavra TUPY (índios brasileiros).
Para Helène Clastres, em seu livro "A terra sem mal", os índios tupy-guaranis acreditavam no Paraíso, mas o Paraíso, enquanto nós estamos vivos, aqui na Terra.
O argumento do presente trabalho é o sujeito, a identidade e o reconhecimento de quem somos nós, para discutir quem são os outros. O espelho como reflexo, como reflexão. Meu trabalho é comprar esses produtos de bolso “Made in China” no comércio popular e trocar as imagens dos espelhos. Por que o espelho? É porque no Brasil os europeus trocavam espelhos com os índios e ficavam com o ouro deles, desde 1500.
Mas agora, esses mesmos “índios” transformam espelhos em ARTE e o vendem como produto “nacional”. Ou seja, devolvem a idéia de clichê como uma verdade, embora o clichê de beleza não seja uma mentira, em se tratando de Brasil.
Outra conexão que faz parte desse trabalho é a herança do Movimento Modernista, que foi um importante movimento no Brasil, a partir dos anos 20. Pois a partir deste movimento, o Brasil começou a mostrar as palmeiras, coqueiros e belezas naturais como parte de sua formação cultural, como o futebol, a caipirinha e o samba.
U-tupy-olândia não é só espelhos, mas a busca do trânsito livre entre diferentes linguagens: performances, ativismo, fotografia, vídeo, etc. onde a alegoria e o exotismo brasileiro são apropriados para diferentes situações, contextos e mídias.
Como é conhecido pela história da sociologia e da antropologia, os índios brasileiros costumavam comer seus inimigos para deles ganhar a força (Levy-Strauss, “O pensamento selvagem”). Em todo caso, ninguém mais precisa temer esta ameaça, uma vez que o mundo está todo globalizado e a idéia de quem sou eu quem é o outro, se apresenta como um discurso vazio, de multiculturalidade, como mais um negócio no mercado.
Usar a beleza natural tropical como sendo “O Paraíso na terra” e vender isso como fonte turística é mostrar, também, um outro lado da globalização, que é o lado do progresso industrial, da devastação e da acumulação de riquezas, essas, bem reais.
Para quem quer ver no espelho apenas refletida sua “alegria de viver”, eis que esses espelhos – com seu jogo de palavras e imagens de duplo sentido – cumprem bem seu papel de divertirem. Mas, o outro lado do espelho – como diria Deleuze, em “A lógica do Sentido”, sobre “Alice no país das maravilhas” – também é o espelho.
Assim, a única maneira de escapar das aparências, neste caso, é assumi-las como parte da construção do que somos nós, brasileiros: exóticos a nós mesmos. É no paradoxo desta constatação que nos tornamos “globalizados”, também. Ou seja, pertencendo ao mundo, devorando e sendo devorados, ao mesmo tempo.

U_tupy-land’s mirrors
I use the beautiful view that exists in Rio de Janeiro and I remove the buildings and Christ of the landscape. It is like this, the result is an image of a paradisiacal place that call U_tupy_olândia. In the same word, we have the word utopia and the word TUPY (Brazilian Indians). For Helène Clastres, in your book "The land without evil", the tupy-guaranis Indians believed in the Paradise, but the Paradise, while we are alive, here in the Earth.
The subject of the present work is the identity and the recognition of who we are us, to discuss who are the other ones. The mirror as reflex, as reflection. My work is to buy those pocket products "Made in China" in the popular trade and to change the images of the mirrors. Why the mirror? It is because in Brazil the Europeans exchanged mirrors for the Indians and they were with their gold, since 1500.
But now, those same "Indians" transform mirrors in ART and they sell it as "national" product. In other words, they return the cliché idea as a truth, although the beauty cliché is not a lie, in if treating of Brazil.
Another connection that is part of that work is the inheritance of the Modernist Movement, that it was an important movement in Brazil, starting from the twenties. Because starting from this movement, Brazil began to show the palm trees, coconut trees and natural beauties as part of your cultural formation, as the soccer, the caipirinha and the samba.
U-tupy-olândia is not only mirrors, but the search of the free transit among different languages: performances, activism, picture, video, etc. where the allegory and the Brazilian exotism are appropriate for different situations, contexts and mídias.
As it is known by the history of the sociology and of the anthropology, the Brazilian Indians eat your enemies for of them to win the force (Levy-Strauss, about the wild thought). In every case, nobody needs to fear this threat, once the world is every globalizated and the idea of who I am I who it is the other, come as an empty speech, of multiculturalism, as one more business at the market.
To use the tropical natural beauty as being "The Paradise in the earth" and to sell that as tourist source is to show, also, another side of the globalization, that is the side of the industrial progress, of the devastation and of the accumulation of wealth, those, very real. For who wants to see in the mirror just reflected your "happiness of living", suddenly those mirrors - with your game of words and images of double sense - they accomplish your role well of they amuse. But, the other side of the mirror - as Deleuze said, in "The logic of the sense", on Alice’s Carrol - it is also the mirror. Like this, the only way to escape of the appearances, in this case, is to assume them as part of the construction of what are us, Brazilian: exotic to us same.
It is also in the paradox of this verification that we became globalized. In other words, belonging to the world, devouring and being devoured, at the same time.


some translations of the texts in the images:
você é exótico. você é daqui: "you are exotic. you are of here"
Terra das mulheres felizes: "Place of the happy girls"
Eu como você. Você como eu: "I eat you. You eat me". but, too: "I like you. You likes me"
You are happy. You are here.
Sacred is yours montains, u-tupy-oland

Conjunto com 9 mirrors = 150$
Size: 7 x 5 cm
Display: 9 acrylic support more one plastic display
Quantidade de conjuntos à venda: 100
Cada imagem vem com um documento atestando sua autenticidade, contendo assinatura, data e numeração.

O comprador pode escolher as imagens que farão parte do conjunto dele.

Também é possível comprar espelhinhos avulsos: 20$ cada


Rubens Pileggi Sá - artista, escritor e agitador cultural. Trabalha com performances, intervenções e ações em espaço público.

artist, writer and cultural agitator. Works with performances, speeches and actions in public space.

pileggisa@gmail.com

14 de jul. de 2009

Psicóloga que diz "curar" gay vai a julgamento em conselho

Conselho Federal de Psicologia decide no dia 31 se cassa licença de Rozângela Alves Justino

Resolução veta tratar questão como doença e recrimina indicação de tratamento; se o registro for perdido, será a 1ª condenação do tipo no país

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Conselho Federal de Psicologia julga, no fim deste mês, a cassação do registro profissional de Rozângela Alves Justino por oferecer terapia para que gays e lésbicas deixem a homossexualidade. Se perder a licença, será a primeira condenação desse tipo no Brasil.
Resolução do próprio conselho proíbe há dez anos os psicólogos de lidarem a homossexualidade como doença e recrimina a indicação de qualquer tipo de "tratamento" ou "cura".
Rozângela, que afirma ter "atendido e curado centenas" de pacientes gays em 21 anos, diz ver a homossexualidade como "doença" e que algumas pessoas têm atração pelo mesmo sexo "porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso".
Numa consulta em que a reportagem, incógnita, se passava por paciente, Rozângela, que se diz evangélica, recomenda orientação religiosa na igreja.
"Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais", afirma.
A cassação de Rozângela, que atende no centro do Rio, foi pedida por associações gays e endossado por 71 psicólogos de diferentes conselhos regionais.
Segundo Rozângela, que já foi condenada a censura pública no conselho regional do Rio no final de 2007, "o movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e quer implantar a ditadura gay no país".
"É por isso que o conselho de psicologia, numa aliança, porque tem muito ativista gay dentro do conselho de psicologia, criou uma resolução para perseguir profissionais", afirma.
No Rio, Rozângela participa do Movimento Pela Sexualidade Sadia, conhecido como Moses, ligado a igrejas evangélicas.
A almoxarife Cláudia Machado, 34, diz que recebeu de Rozângela a apostila "Saindo da homossexualidade para a heterossexualidade", que prega meios para a mudança de orientação sexual. "Hoje vivo a minha homossexualidade tranquila, essa história de cura não existe, o que houve foi um condicionamento. Reprimi meus desejos. Não sentia prazer", diz.
Já a pedagoga Fernanda, que pede para não ter o sobrenome divulgado, diz ter sido lésbica por dez anos e que, depois da terapia que faz com Rozângela há quatro anos, passou a ter relações heterossexuais. "Realmente há possibilidade de sair da homossexualidade. É um processo longo. De lá para cá busco a feminilidade."
"A ciência já mostrou que não existe tratamento para fazer com que alguém deixe de ter desejo homossexual nem heterossexual. Quando se promete algo assim, é enganoso", diz o terapeuta sexual Ronaldo Pamplona, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana.
Segundo ele, a Sociedade Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do diagnóstico de doenças em 1974, seguida, uma década depois, pela Organização Mundial da Saúde.
"Se absolvê-la, o Conselho Federal de Psicologia vai referendar a tese de que é possível "curar" gays", diz Toni Reis, presidente da ABGLT, a associação brasileira de homossexuais.
"Isso traz prejuízo aos gays e contribui para fortalecer o estigma", afirma Cláudio Nascimento, superintendente da Secretaria de Direitos Humanos do Rio e do grupo Arco-Íris.
"Vejo [o pedido de cassação] como uma injustiça", diz Rozângela, que, se cassada, pensa em recorrer à Justiça comum.
De um lado, cem entidades gays de todo o país vão levar um manifesto e manifestantes no dia do julgamento de cassação de registro de Rozângela, no próximo dia 31, em Brasília. Do outro, ela diz que vai reunir alguns ex-gays e psicólogos amordaçados para protestar contra a censura que diz sofrer.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1407200913.htm

mar vermelho 1











CAÇA NA DINAMARCA

Se você acha que mar vermelho só existe um!! Se enganou!! Ajude a mudarmos este fato !!!!

DINAMARCA : UMA CAÇA

TODO ANO, ESSE MASSACRE BRUTAL E SANGUINÁRIO SE REPRODUZ NAS ILHAS FAROÉ, QUE PERTENCEM À DINAMARCA, UM PAÍS DITO "CIVILIZADO", MEMBRO DA UNIÃO EUROPÉIA.
MUITO POUCA GENTE TEM O CONHECIMENTO DESTA DEMONSTRAÇÃO TERRÍVEL E DEPLORÁVEL DE INSENSIBILIDADE QUE SE REPETE A CADA ANO.
ESSE MASSACRE SANGUINÁRIO É FRUTO DE HOMENS JOVENS QUE PARTICIPAM DESTE EVENTO MACABRO APENAS PARA DEMONSTRAR QUE ALCANÇARAM A IDADE ADULTA.
É ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL QUE NADA ESTEJA SENDO FEITO PARA QUE ESSA BARBARIDADE SEJA IMPEDIDA, UMA BARBÁRIE CONTRA O "CALDEIRON", UM GOLFINHO SUPER INTELIGENTE, QUE TEM A PARTICULARIDADE DE SE APROXIMAR DAS PESSOAS POR CURIOSIDADE.

CENSURA NA CULTURA







Caros amigos

Repasso aqui carta de Hélio Leites manifestando suas críticas e indignação pela censura que recebeu no SESC-Campinas.

Manifesto aqui minha solidariedade ao artista/contador de histórias/desanimador de festas/fazedor de inutensílios e fundador da Associação Internacional dos Coleccionadores de Botão, aquele que nos ensinou as grandezas de valor escondidas nas casas de um botão.

Espero que as câmeras de vigilãncia, a psiquê e juízo dos seguranças e porteiros de museu, as leis de etiqueta e bons costumes, os contratos de direitos autorais, o autoritarismo das autoridades do meio de arte, a reserva de mecado, e qualquer outra invenção de controle e censura deixem de ser parâmetro para a fruição da experiência artística e suas singularidades existenciais de manifestação.

Goto
http://newtongoto.wordpress.com



---------- Forwarded message ----------
From: Katia Horn <katia@familiahorn.com.br>
Date: 2009/7/13
Subject: Fw: carta de Hélio Leites ao Sesc SP
To:


Queridos,
meu amigo Hélio Leites foi censurado e humilhado num encontro de contadores de histórias no Sesc-Campinas. Transcrevi a carta manuscrita que ele endereçou ao Presidente do Sesc São Paulo, que está anexada a este email, para que seja lida e divulgada. Esse tipo de tratamento precisa ser alardeado, para que não se repita, principalmente quando se trata de um artista do gabarito e importância do Hélio.
Indignada, assino embaixo.
Um abraço, Katia Horn
(como diz o Hélio, Ghandis coisa!)

Ao Sr. Presidente do Sesc

Danilo Santos de Miranda

Sesc - SP

ref.: "Sesc Campinas censura contador de histórias"

ou "a ditadura do Patrocínio"

ou "Era uma vez outra vez..."

ou "Solidariedade não dói."

Eu, Hélio Leites, contador de histórias de Curitiba-Pr, fui censurado no Sesc Campinas pela segunda vez. A primeira vez ocorreu no ano passado quando fui convidado a participar do I Encontro de Contadores de Histórias - organizado pela Cia Narradores Urbanos e impedido de participar do evento, quando me indispus com o funcionário Sérgio "Conceito", que me proibiu de vender minhas inutilidades artesanais nas dependências do burgo. A alegação foi que era proibida a comercialização de produtos no interior do Sesc, quando no entanto, era permitido vender coca-cola na lanchonete. Neste ano, sem justificativa aparente, tive meu nome censurado pela diretoria cultural do Sesc Campinas, no dia da abertura, no hall do teatro, apesar de meu nome constar na programação do evento. Eu lhe pergunto: até quando vai persistir essa censura? Vim à Campinas este ano porque, quando fui convidado para o evento, alegaram que o funcionário birrento tinha sido transferido para São Paulo. Deve, pensei, deve ter recebido uma promoção pelo seu auto desempenho. Ledo engano, a mágoa ainda lateja, e eu, que acreditava que ela saía na urina.

Nem sei se ele foi, mas deixou aqui sua escola, o ranço de sua intransigência ainda cheira no ar; a intolerância de sua disciplina ainda reverbera nas portas e guardas, bem como a soberba de sua ditadura ainda pulsa nos remanescentes, que me censuraram novamente. Impedir um velho de trabalhar no último ofício que a vida lhe reservou deve ser crime inafiançável moralmente, e passível, espero, de processo judicial. A humilhação, a decepção e a violência moral não tem preço. Quando se adquire cabelo branco, vem junto no mesmo pacote, imunidade para lamentar. Velho não tem vez, nem voz neste país, tanto que qualquer funcionariozinho com seu cetro de rádio-comunicador sente-se autoridade para praticar a censura. Se um Sesc desses, verdadeiro templo erigido ao Deus Comércio, proíbe um pobre artesão de contar histórias num evento coletivo, está no fundo demonstrando necessidade de reciclagem. Não é só lixo que se recicla, educação também. Revela ainda total incompetência para gerenciar conflitos, revela também sua truculência cultural e sua vaidade arrogante e deixa à mostra a ditadura do patrocínio. Quem paga pode censurar. A censura acabou no Brasil, menos no Sesc Campinas.

Depois de viajar sete horas de Curitiba à Campinas, arrastando bagagens e histórias pelas rodoviárias da vida e ser “barrado no baile” e impedido de comungar histórias com meus pares, lhe confesso que isso não me engrandece nenhum pouco, acredite, estou me sentindo um refugo. Uma tristeza profunda me abalou até as varizes e paira sobre o meu coração velho. O que me consola é uma réstia de esperança, nuvem que de Campinas vai até o Pilarzinho onde moro. E é essa nuvem de solidariedade que não me deixa abandonar essa profissão que amo e que o mundo me reservou. Contar histórias é a profissão mais antiga do mundo e a mais nova. Quando você não conseguir fazer nada na vida e nada em sua vida der certo, vá contar a história de seus fracassos. O povo adora ouvir histórias de fracassos dos outros que é pra não cometer os seus. Desisti sim, mas foi do Sesc Campinas, não dos outros “Sesquis” do Brasil, os quais espero que sejam mais dóceis, receptivos e amigos do que o Sesc Campinas.

Continuo levantando a bandeira de contador de histórias, com o propósito de juntar pessoas, falo de amizade, solidariedade, honestidade, auto-estima, terapias alternativas e vivências de humor, matéria prima tão em falta no mundo corporativista. Espero que este grito seja jogado no ventilador da internet e espalhe essa nuvem de esperança pelo ar. Para que nunca mais na história desse país, um velho precise se humilhar escrevendo um S.O.S. e colocando dentro de uma garrafa e jogando no mar. Só estou procurando dignidade. Alguém viu alguma por aí?

Saudações

Hélio Leites

“Solidariedade não dói”