12 de set. de 2006

renée gumiel



Com uma entrevista ainda inédita, gravada em duas fitas cassetes, a bailarina, coreógrafa, atriz e mulher de cultura Renée Gumiel me recebeu uma tarde em seu apartamento, em 2001, para uma conversa.

Bebemos uma garrafa de uísque inteira, juntos. Fumava um cigarro após o outro e gesticulava largo.

Ela me falou de sua vida na França; de Mussolini, que patrocinava as artes, na Itália; da fuga dela e do marido do nazismo; do jantar que teve com Artaud; da música do compositor Stockhausen; de sua primeira apresentação no Brasil; da sua amizade com Klaus Vianna. E estava feliz com o novo espaço de dança que havia conseguido para dar aulas.

Esquecemos da entrevista e começamos a conversar de amor. Ela estava bem alegre e eu tentando me segurar.

Ganhei uma foto. E me fui, sob o olhar de Artaud, que me esperava dentro de um quadro, no corredor de seu apartamento.

Agora ela se foi, aos 92 anos. E atuou até o último momento, ao lado de José Celso, do Oficina

Me espere lá em cima, Renée. Iremos beber outra garrafa juntos e falar de amor, para sempre.

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